O investimento em ações da Tesla é especulativo e prende-se mais com o carisma do líder da empresa, Elon Musk, do que com o potencial da empresa. O aviso é feito numa nota do BiG – Banco de Investimento Global, assinada pelo analista João Lampreia, que alerta para o impacto de notícias (tanto positivas como negativas) na cotação da empresa.
“Os resultados recentes da Tesla tornam cada vez mais evidente que o preço da ação está maioritariamente suportado pela fé dos investidores no desempenho de Elon Musk enquanto líder da empresa”, explica o analista João Lampreia, do BiG, numa nota. “Consideramos o investimento na ação extremamente especulativo”.
Este mês apenas, um acidente com um carro de condução autónoma da Tesla fizeram as ações cair a pique, o mesmo efeito que já tinham tido os dados preliminares das vendas. No segundo trimestre do ano, foram entregues apenas 22 mil veículos, abaixo das expetativas e em comparação com os resultados positivos registados nos meses anteriores.
Em sentido contrário, as ações tinham valorizado em junho com notícias de que a Tesla estaria próxima de fechar negócio e abrir uma fábrica de automóveis na China.
O analista acrescenta que a competição no segmento de gama baixa e média dos automóveis com motores elétricos tem-se intensificado nos últimos anos. Outra preocupação é a dependência da empresa a aumentos de capital. “A empresa está extremamente dependente de consecutivos aumentos de capital para continuar a operar”, lembra ainda Lampreia.
“A Tesla tem recorrido anualmente a aumentos de capital para financiar a sua operação, o que a deixa muito dependente do preço atual da ação para a operação futura. Elon Musk tem feito um trabalho notável a vender as ações da empresa, mas o risco de deixar de conseguir fazê-lo são relevantes”.
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