Capacidade de financiamento da economia caiu 0,2 pontos no ano passado

A capacidade de financiamento da economia portuguesa diminuiu 0,2 pontos percentuais no ano passado, face a 2016, para 1,4% do produto interno bruto (PIB), devido a uma evolução mais negativa das administrações públicas e a um contributo menos positivo dos particulares, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.

“Este resultado reflete a poupança financeira das sociedades financeiras e dos particulares (respetivamente de 4,1% e 1,5% do PIB) e as necessidades de financiamento das administrações públicas e das sociedades não financeiras, que ascenderam a 3% e 1,3% do PIB, respectivamente”, refere o regulador.

A capacidade de financiamento da economia verificado em 2017 é igual ao verificado em cada um dos períodos de quatro trimestres terminados em setembro e em junho. É inferior em 0,1 pontos percentuais ao verificado no ano terminado no primeiro trimestre de 2017.

De acordo com o BdP em comparação com 2016, observa-se” um agravamento das necessidades de financiamento das administrações públicas e das sociedades não financeiras (1 ponto percentual em ambos os casos) e uma diminuição da capacidade de financiamento dos particulares (0,5 pontos percentuais). Em sentido contrário, as sociedades financeiras revelaram um aumento da capacidade de financiamento (2,2 pontos percentuais).

A necessidade de financiamento das administrações públicas, excluindo a contabilização da operação de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, ocorrida no primeiro trimestre de 2017, seria de 0,9 por cento do PIB (menos 1,1 pontos percentuais do que em 2016) e a capacidade de financiamento das sociedades financeiras seria de 2% do PIB (mais 0,1 pontos percentuais do que em 2016), segundo contas nacionais financeiras do quarto trimestre de 2017.

A instituição liderada por Carlos Costa dá ainda conta de que a economia portuguesa apresentava, no final de 2017, uma posição financeira líquida face ao resto do mundo de menos 105,7% do PIB, que compara com menos 106,1% do PIB no final de 2016.