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Caso Tecnoforma: Bruxelas contraria DCIAP e diz que houve fraude

A investigação feita pelo gabinete antifraude da Comissão Europeia (OLAF) indica que “foram cometidas graves irregularidades, ou mesmo fraudes, na gestão dos fundos europeus” atribuídos aos projetos da Tecnoforma.
13 Novembro 2017, 08h45

A Comissão Europeia concluiu que houve fraude na gestão de fundos comunitários na atividade da Tecnoforma, empresa onde o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho foi consultor e administrador, e exige que sejam devolvidos mais de seis milhões de euros. A conclusão dos investigadores de Bruxelas diverge com a do Ministério Público, que encerrou o caso dada a falta de provas para justificar a acusação, avança o jornal ‘Público’.

A investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) ao eventual favorecimento da empresa por parte de responsáveis políticos, com Miguel Relvas, o secretário de Estado responsável pelo programa Foral, e desvios dos fundos nacionais e europeus esteve parada durante cerca de dois anos até meados de 2015. O processo, que deu origem, em Portugal, a dois inquéritos – um no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e outro no Departamento de Investigação e Ação Penal de Coimbra (DIAP), – acabaria encerrado e arquivado em setembro deste ano.

“Não se conseguiu provar” qualquer favorecimento da Tecnoforma por parte de Miguel Relvas, ou de qualquer outra personalidade do PSD, nem o mau uso de verbas comunitárias atribuídas a um projeto de formação de pessoal para os aeródromos e heliportos municipais da região centro do país, concluiu a investigação do Ministério Público.

No entanto, a investigação feita pelo gabinete antifraude da Comissão Europeia (OLAF) vem agora mostrar que “foram cometidas graves irregularidades, ou mesmo fraudes, na gestão dos fundos europeus” atribuídos aos projetos da Tecnoforma e da Associação Nacional, entre 2000 e 2013. A Comissão Europeia entende que a Tecnoforma deve restituir os fundos europeus recebidos.

O relatório produzido pelo OLAF avança que o montante a ser restituído ao Fundo Social Europeu atinge o montante de 6.747.462 euros, tendo em conta que a investigação “demonstra claramente que foi criado um sistema fraudulento (carrocel financeiro) com o objetivo de receber indevidamente fundos da União Europeia.

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