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CIP aceita subida do salário mínimo se não houver mexidas na lei laboral

António Saraiva diz que 35 horas semanais no privado são uma “tontaria” e espera que os 25 dias úteis de férias não sejam uma realidade. “Não se se algum dia teremos de fazer uma manifestação”, avisa.
Cristina Bernardo
3 Outubro 2016, 10h14

O presidente da CIP – Confederação Empresarial, António Saraiva, diz que está disponível a aceitar uma subida do salário mínimo para 557 euros no próximo ano, desde que o Governo não mexa na legislação laboral.

“A CIP está disponível para absorver um valor de salário mínimo de acordo com aquilo que possa ser a vontade do Governo, se houver a garantia real de que não há novas reversões” e desde que o Executivo não passe “as linhas vermelhas” traçadas pela confederação, disse António Saraiva, em entrevista à Antena 1 e ao “Jornal de Negócios”.

Para o presidente da CIP, as linhas vermelhas são medidas como as que fora tomadas quando o Governo iniciou funções, como a reposição dos feriados, as “reversões nas privatizações” e a disponibilidade para voltar aos 25 dias úteis de férias.

António Saraiva espera ainda que os “rumores” sobre a questão das 35 horas de trabalho semanais aplicadas ao setor privado (tal como foi na função pública) e que são uma “tontaria” não se concretize.

“Os patrões não fazem greve, não fazem manifestações, mas não sei se um dia não teremos de fazer alguma manifestação, porque há questões que são da sobrevivência das próprias empresas. Essas são as nossas linhas vermelhas e aí travaremos um combate, em concertação social, no Parlamento, enfim, aquilo que estiver ao nosso alcance com a eficácia que soubermos, de rejeição dessas medidas”, avisou o presidente da CIP.

Como contrapartida para o aumento do salário mínimo, António Saraiva conta que a descida temporária da Taxa Social Única pode ser considerada novamente mas “não é única”.

“Há seguramente outras soluções a nível de custos de contexto e de encargos que as empresas têm de suportar e que se forem aliviadas desses encargos podem modular aumentos da massa salarial”, sublinha o presidente da CIP.

António saraiva defende ainda que um dos pontos que são “obrigatórios” para a CIP é a criação de um veículo que reestruture as dívidas das empresas ou que transforme parte delas em capital e que haja um alívio do malparado da banca.

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