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Deutsche Bank anuncia troca massiva de trabalhadores por robôs

John Cryan, CEO do Deutsche Bank, pediu aos seus congéneres que abracem o “espírito revolucionário da tecnologia”. E alertou para que os empregados que “trabalham como robôs” serão substituídos por eles.
6 Setembro 2017, 15h55

Por ocasião da Conferência Handelsblatt Banken im Umbruch, na Alemanha, John Cryan, CEO do Deutsche Bank, alertou para o facto de que “um grande número” dos seus empregados perderá o seu emprego devido à automação da banca. Ao mesmo tempo, pediu aos seus congéneres de outros bancos que abracem o “espírito revolucionário”, avança o Financial Times.

Cryan diz acreditar que os empregados bancários que “trabalham como robôs” serão substituídos por robôs, e deu exemplos: contabilistas que “passam a maior parte do seu tempo a ser, essencialmente, um ábaco”, serão substituídos por sistemas automáticos.

Estas afirmações chegam numa altura em que a banco alemão se comprometeu com o corte de 9000 dos seus cerca de 100 mil colaboradores diretos e 6.000 dos 30.000 indiretos, como parte de um plano de reestruturação a cinco anos.

“A verdade é que não precisamos de tantas pessoas”, disse Cryan. “Nos nossos bancos temos pessoas que se portam como robôs, com tarefas mecânicas. Amanhã teremos robôs que se comportam como pessoas”.

A divisão de tecnologia e operações também tem milhares de colaboradores externos, apesar de uma tentativa do seu responsável, Kim Hammond, trazer para dentro de portas cargos chave e reduzir dramaticamente a rede de colaboradores externos do banco. Recorde-se que muito do pessoal financeiro do banco trabalha nas Filipinas e na Índia, a realizar tarefas como o balanço de contas entre diferentes entidades legais.

De acordo com o Financial Times, há outros executivos que acreditam que o caminho para o banco alemão será o de imitar outras organizações de tamanho semelhante, que têm cerca de metade dos colaboradores do Deutsche bank e receitas bastante superiores.

Ao mesmo tempo, Cryan deu esperança à força laboral do Deutsche Bank, ao afirmar que alguns empregos poderiam ser “valorizados” à medida que o trabalho mais mecânico seria filtrado.

Na mesma conferência, mas mais tarde, o CEO do Commerzbank, Martin Zielke, também abordou o tema da digitalização da banca, mas para dizer que esta temática sempre foi abordada “em termos ameaçadores”, tais como a perda de emprego.

Por seu turno, Zielke prefere lançar um repto diferente: “Pensemos na oportunidade que se apresenta para os bancos e para os nossos clientes. Há muitas oportunidades que se apresentam e que, se as usarmos de forma adequada, podem ter um impacto bastante positivo na rentabilidade e no número de empregos na banca”, afirmou.

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