Segundo o calendário lunar chinês, o Ano do Galo termina na próxima sexta-feira, dando lugar ao Ano Novo do Cão. Reza a tradição que o ano que termina é de impulsividade e criatividade, enquanto o novo é de equilíbrio e tolerância.
Os últimos dias do Ano do Galo foram tudo menos tranquilos nos mercados – não só chineses, mas globais – e a grande questão é se o Cão vai mesmo dar um empurrão ao equilíbrio.
“O Ano Novo Chinês cai a 16 de fevereiro, quando começa o Ano do Cão Terra. No passado, este foi um bom ano para os investidores, mais recentemente em 1970, com algum crescimento da volatilidade”, explicou Robert Lloyd George, chairman e CIO do Lloyd George Management, em Hong Kong, numa nota aos clientes.
O último ano do Cão foi em 2006, ano que precedeu a crise financeira nos Estados Unidos. Na altura, a bolsa de Xangai disparou 138%, abaixo dos 116% do Dow Jones. O primeiro ano chinês do Cão sobre o qual existem dados disponíveis relativos ao índice chinês é 1994, ano em que recuou 29% e o norte-americano 2%.
Em 1970, o Dow Jones valorizou 90% e, na altura, ultrapassava pela primeira vez os 5.000 pontos (longe do máximo de janeiro de 2018, acima dos 26.000 pontos).
Para o novo ano, o Lloyd George Management está confiante, após “uma correção saudável” esta semana. “Os mercados estão a apontar para robustez económica, subidas dos salários e inflação moderada, depois de um longo período de crescimento lento e deflação desde 2008”, afirmou o chairman, acrescentando que os resultados empresariais são outro ponto a favor.
“Os lucros vão continuar robustos com o corte nos impostos dos Estados Unidos. A Ásia vai ser um dos principais beneficiários, tanto nas exportações como no consumo doméstico (especialmente a China e a Índia)”, referiu, apontando ainda para o afastamento de dúvidas sobre restrições ao comércio livre.
“A longo prazo, vemos oportunidades de compra”, concluiu.
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