Zulmira é costureira fabril há 43 anos na zona Oeste e é um dos 713 mil trabalhadores que vai sentir os efeitos positivos do aumento do salário mínimo no próximo ano na carteira. A trabalhar numa fábrica de têxtil há dez anos, depois de ter visto a fábrica onde trabalhou anteriormente durante 20 anos ir à falência, aprendeu que “é preciso saber gerir e organizar” o salário, num estado permanente de “poupança”.
A costureira fabril contribui para as estatísticas que apontam para uma sobrerepresentação do sexo feminino nos rendimentos correspondentes ao valor do SMN, nos dois últimos anos. Está também entre os 15,4% dos trabalhadores com 55 e mais anos que receberam o SMN, segundo um estudo entregue aos parceiros sociais pelo Governo.
No entanto, são os trabalhadores entre os 35 e os 44 anos que representam a maior percentagem de remuneração equivalente ao SMN: 27,3%. Já os trabalhadores mais jovens, com menos de 25 anos, representam 8,8% dos trabalhadores abrangidos, mas 5,7% no total dos trabalhadores com remuneração declarada.
A maioria dos trabalhadores que auferem o salário mínimo têm baixa qualificação: mais de metade tem o ensino básico em contra-ciclo dos trabalhadores com o ensino superior, os quais representam 6,4%. O cenário levou a Comissão Europeia a alertar para o impacto que o aumento do salário mínimo tem nos postos de trabalhos dos trabalhadores menos qualificados.
Geograficamente é a região Norte concentra a maioria de trabalhadores que aufere o salário mínimo (40,8%), seguido pela Área Metropolitana de Lisboa (26,6%) e pela região Centro (21,3%).
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