No ano passado, a indústria norte-americana vendeu 9,9 mil milhões de dólares (cerca de 8,8 mil milhões de euros) de armamento, o que representa uma descida de 2,9%, face a 2015. Em 2015, tinham sido 10,2 mil milhões de dólares de vendas (cerca de nove mil milhões de euros).
Nos dois anos, em conjunto, foram 20 mil milhões de dólares (cerca de 17,7 mil milhões de euros), segundo os registos do Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI), que desenvolve investigação sobre conflitos, armamento, controlo de armas e desarmamento. Como termo de comparação, refira-se que o segundo maior exportador mundial de armamento, a Rússia, tem vendas registadas de pouco menos de 12 mil milhões dólares (cerca de 10,6 mil milhões de euros), em dois anos. Ou seja, Washington vende mais dois terços das armas do que Moscovo.
Nos últimos cinco anos, mais de 100 nações adquiriram diretamente aviões de combate, navios, veículos blindados e mísseis aos Estados Unidos. Segundo o SIPRI, “excluindo os países que estão sob embargo internacional, são poucos os que não negoceiam em armas com os Estados Unidos”. No entanto, há regiões onde predominam os clientes de armamento pesado norte-americano. O Médio Oriente representa 47% das vendas dos Estados Unidos dos últimos cinco anos. Só no ano passado, 13 países representaram cerca de 70% das vendas. Sozinha, a Arábia Saudita representou quase 20% do total, com compras de 1,9 mil milhões de dólares (cerca de 1,7 mil milhões de euros), que representam, por sua vez, dois terços dos gastos de Riade com a importação de armamento.
Na lista de armamento encomendado nos últimos cinco anos pelo regime saudita e já entregue, constam aquisições – especialmente de helicópteros e de diversos tipos de mísseis –, mas também a renovação de tanques, helicópteros e caças. A preocupação é com a modernização de sistemas, nomeadamente a eletrónica, que se traduz em maior capacidade, mas também em maior eficácia.
Sendo o maior exportador de armas, os Estados Unidos têm, também, a maior indústria de armamento do mundo. Das cinco maiores empresas do setor da defesa, quatro são norte-americanas. Das 10 maiores, sete são norte-americanas. E quando são vendidas armas a países estrangeiros, o que acontece é que o Departamento de Defesa compra o armamento às empresas, através de um fundo especial e, depois, revende as armas aos países que as querem importar. O negócio é feito, muitas vezes, em função de contratos de longo prazo.
Dos cinco maiores clientes dos Estados Unidos, em 2016, quatro são do Médio Oriente. Depois da Arábia Saudita, surge o Iraque, com 893 milhões de dólares (cerca de 792 milhões de euros). Sendo que o país se mantém envolvido em conflitos, desde a guerra de 2003, e a sua atividade militar conta com o apoio de consultores norte-americanos. Seguem-se a Austrália, com 869 milhões de euros (cerca de 771 milhões de euros), os Emiratos Árabes Unidos (EAU), com 773 milhões de gastos (cerca de 686 milhões de euros), e o Qatar, com 595 milhões de dólares de importações (cerca de 528 milhões de euros). O sexto maior cliente da indústria de armamento norte-americana também é da região: Israel, que importou 526 milhões de dólares (cerca de 466 milhões de euros) dos Estados Unidos, que forneceram, assim, 86,7% das armas que o Estado judaico adquiriu no ano passado.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com