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Falecido gestor da Sonangol deixa 20 milhões na conta do seu estafeta

Mateus Morais de Brito, que foi encontrado morto em 2014 na sua casa em Algés, deixou 23 milhões de dólares numa conta do seu estafeta. Família de ex-administrador da Sonangol quer resgatar dinheiro, mas estafeta recusa devolver fundos na sua posse.
11 Dezembro 2017, 12h57

O ex-administrador da Sonangol Mateus Morais de Brito encontrado morto  no ano de 2014, em Lisboa, em Portugal terá deixado cerca de 23 milhões de dólares (cerca de 20 milhões de euros) numa conta em nome do seu estafeta, identificado por Mauro Carvalho.  A notícia foi avança pelo site angolano Club-K que dá conta que a família do ex-gestor da petrolífera  procura agora um “entendimento amigável” para resgatar aqueles valores.

“A família do malogrado  procura um entendimento amigável de forma a resgatar os valores mas o antigo estafeta recusa-se a prolongar contatos sob alegação de que não há nenhuma procuração que lhe dá autoridade  para devolver os fundos em sua posse”, avança o Club-K Angola.

O ex-administrador da Sonangol, Mateus Morais de Brito, foi encontrado morto a 2 de abril de 2014 na sua casa em Algés, Oeiras. O alerta do óbito terá sido dado por um sobrinho. O mesmo familiar adianta ainda que ontem o seu tio se sentiu mal, e nessa sequência, foi solicitada intervenção médica.

Alegado “testa-de-ferro” recusa-se a devolver fundos  à família

Mateus Morais de Brito foi um quadro formado em geofísica nos Estados Unidos e que fazia parte dos profissionais  da petrolífera estatal desde 1984. Segundo o site angolano, tinha vários negócios, inclusive com Manuel Domingos  Vicente,  na sua maioria passados em nome de terceiros como é o caso do alegado  “testa de ferro”,  Norberto  Marcolino. Desde que faleceu,   a   família tem tentado contactar  todos os possíveis  “testas de ferros” e parceiros dos negócios para um entendimento amigável.

O Club-K acrescenta que Hélder Martins da  Cruz com Mateus Morais de Brito “cruzava  interesses” no ramo da logística para o sector petrolífero foi também abordado tendo, de entre outros,  se comprometido em assumir as despesas académicas de um dos filhos de Brito Morais que está a estudar nos Estados Unidos da América.

Porém, revela este site, ”o contacto mais complicado” tem sido com  o ex-estafeta  Mauro Carvalho que segundo fonte próxima ao processo, o mesmo manifesta indisponibilidade para abertura ou abordagem sobre o assunto, tendo o caso sido reencaminhado para uma equipa de  advogados. “Carvalho é dado como estando a gastar o dinheiro em sua posse, em viagens em primeira classe pela Europa. Viajou recentemente a Lisboa tendo regressado a Luanda, na passada quinta-feira, 7 de dezembro”, diz o site Club-K.

Passados mais de três anos da morte do antigo gestor da Sonangol, a família e amigos estão convencidos das “circunstâncias estranhas” com que Mateus Morais Brito foi encontrado morto, no seu apartamento, em Lisboa aponta para indícios de um atentado. Esta teoria é baseada no facto de o mesmo não ter apresentado sinais de doença grave.

A imprensa portuguesa na altura, citando fontes da PSP e da  Polícia Judiciaria, deu conta que não existiam  sinais de violência nem da intervenção de terceiros e que a vítima foi assistida na noite  anterior a sua morte, em casa por um médico, queixando-se de “dores nas costas”. Fonte policial avançou na altura  que as autoridades “não encontraram indícios de crime”.

Morais de Brito entrou para a empresa em 1984, tendo sido nomeado em 2005 para o Conselho de Administração da petrolífera estatal angolana.

Formado em Geofísica, Mateus Morais de Brito era responsável pela Segurança Empresarial e pelo gabinete de comunicação da Sonangol, desde finais de 2012.

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