A propagação das ideias iluministas e liberais – patrocinada pelas mais aguerridas lojas maçónicas da Europa – a simpatia crescente pelos ideais de liberdade e auto-determinação, mas principalmente a cada vez mais clara e profunda exploração dos enormes recursos naturais por parte da potência ocupante, Portugal, levaram os brasileiros a lançarem-se, a 6 de Março de 1817, na Revolução Pernambucana.
A chegada da família real ao Brasil – na sequência da invasão de Portugal por parte das tropas de Napoleão – veio tornar ainda mais claro aos brasileiros que eram eles que estavam a pagar todo o luxo de uma corte que, de outra forma, não teria como assegurar o orçamento. Com os ventos da revolução a levantarem-se em rajadas por toda a Europa, as ideias liberais tinham no Brasil um mundo de disseminação inesperado, que o esclavagismo e o péssimo tratamento dispensado aos autóctones só fazia aumentar.
O vizinho do Norte, os Estados Unidos, era por essa altura fonte de financiamento e de incitamento à revolta dos países da América do Sul contra as potências europeias, Portugal e Espanha, que os usavam como se fossem o jardim das traseiras. Os norte-americanos, independentes há poucas décadas, queriam rodear-se de países iguais, com quem pudessem criar as bases de uma economia regional não associada ao colonialismo europeu.
A Revolução de Pernambuco não foi o primeiro sintoma de que o Brasil aspirava à independência, mas foi talvez – pelo menos com a devida distância histórica – a primeira vez que se percebeu que essa independência era uma inevitabilidade, só faltando saber-se quando sucederia. Não se sabia na altura, mas ainda teriam de passar mais cinco anos para que o Brasil conseguisse finalmente ver-se livre de um casamento imposto, em que era praticamente o único contribuinte líquido para a economia familiar.
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