Portugal é o 6.º maior produtor de lítio a nível mundial. No entanto, o “lítio português” é, em grande parte, usado em aplicações cerâmicas, devido ao custo e à dificuldade em obter carbonato de lítio das reservas existentes no país, quando comparadas com os lagos salgados na América do Sul.
Uma equipa de investigadores do Centro de Estudos em Inovação e Políticas de Gestão, do Instituto Superior Técnico, do Centro de Recursos Naturais e Ambiente e do Laboratório Nacional de Energia e Geologia, desenvolveu um método simplificado de processamento dos minérios de lítio existentes em Portugal, contendo lepidolite proveniente da região de Gonçalo, na Guarda.
“Este método permite reduzir o consumo energético da extração de lítio do minério, tornando o processo mais eficiente e económico”, explicam os investigadores.
Nathália Vieceli, a aluna de doutoramento do IN+/IST que estudou o potencial deste novo método, sob orientação de Fernanda Margarido, do IN+, e de Fernando Durão, do CERENA, explica: “É uma técnica bastante simples: envolve moagem, digestão com ácido sulfúrico e lixiviação com água, permitindo produzir carbonato de lítio após algumas etapas de purificação”.
Relativamente aos benefícios deste novo método, a investigadora acrescenta: “Em termos de consumo energético, a diferença entre os dois métodos é muito significativa: entre os 900ºC a 1100°C no método tradicional, durante a calcinação, e as temperaturas do processo que desenvolvemos, que são no máximo de 150°C na fase da digestão com ácido”.
O novo método evita os gastos energéticos e os consequentes custos associados às altas temperaturas do método tradicional. Os investigadores acreditam que poderá tornar as fontes de lítio existentes em Portugal mais atrativas e competitivas.
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