“Hoje com a geringonça, vive-se uma situação de estabilidade. Mas, depois das eleições de 2019, infelizmente os portugueses vão ter que se habituar a isso, vamos voltar a viver um ambiente de instabilidade. Não está para vir o Diabo, mas será provavelmente o regresso do pântano”, anteviu hoje Marques Mendes no seu comentário político na SIC.
O comentador sustentou a previsão com o facto de estar afastada cada vez mais a possibilidade de o PS ganhar com maioria absoluta. “As sondagens não ajudam, e com o conflito com os professores e a crise na Saúde, dificilmente António Costa conseguirá uma maioria absoluta”, explicou.
Repetir a geringonça não parece possível na óptica de Marques Mendes, porque o Bloco de Esquerda estaria disponível, mas o PCP não quer repetir a geringonça. Os comunistas vão cumprir este compromisso até ao fim, e foi uma situação que “deu jeito ao PCP nos dois primeiros anos”, mas a partir de agora, tem mais a perder que a ganhar, disse Marques Mendes.
O cenário Governo PS/BE, apesar de o Bloco querer muito ir para o Governo, não parece provável ao comentador político porque António Costa não vê grande vantagem numa aliança governativa com o Bloco. O Bloco de Esquerda não traz a paz social, quem a traz é o PCP, dá-lhe votos de deputados; mas não o ajuda nas reformas que quer fazer num futuro, uma vez que o Bloco não lhe dá coerência nas políticas.
Marques Mendes conclui que a solução que está mais em cima da mesa é a de bloco central com o PSD. É a solução que está na cabeça de Rui Rio e A António Costa.
Eles vivem, já hoje, num bloco central informal, “em espírito de bloco central”. Não se criticam um ao outro, não se atacam um ao outro, telefonam-se um ao outro. Rui Rio tem até uma certa admiração por António Costa.
O problema são os respectivos partidos. O PS não quer e o PSD também não quer, sobretudo porque vê em António Costa o inimigo que lhe retirou o poder.
Por isso o Governo minoritário do PS é a solução mais provável. “Um governo minoritário à Guterres”, explicou o comentador. Um governo minoritário sem apoio parlamentar é instável, precário e transitório, uma vez que pode durar um ou dois anos, considerou Marques Mendes.
O que vai ainda tornar mais difícil a tarefa para o Presidente da República, conclui.
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