Em caso extremo com terramoto e inundações o impacto na produção de riqueza da cidade de Lisboa seria de 40.920 milhões de US dólares, ou seja, metade do PIB estimado para a cidade pela mesma organização de seguros e resseguros e que é de 80.560 milhões de dólares.
Os números detalhados a que o JE teve acesso e que se encontram compilados no Lloyd’s City Risk Index, revelam que a exposição imediata da economia de Lisboa a um risco catastrófico, envolvendo fenómenos naturais ou ação humana, caso de ataques cibernéticos, ou ainda uma crise humanitária é da ordem dos 1.040 milhões de dólares. Deste montante, cerca de 840 milhões de dólares serão responsabilidade humana e o restante serão riscos naturais. Neste estudo revelado recentemente num evento da MDS – que apresentou o seu estatuto de broker do Lloyd’s – Esther Pozuelo, Market Development Executive do Lloyd’s Ibéria especificou que nos cinco maiores riscos que Lisboa enfrenta está o crash de mercado que pode envolver 550 milhões de dólares; ainda as inundações com um impacto no PIB da cidade da ordem dos 100 milhões de dólares; enquanto um ataque cibernético custará à cidade 80 milhões de dólares; uma pandemia humana cerca de 60 milhões de dólares e um choque no preço das matérias-primas envolverá 50 milhões de dólares. Um número final deste estudo sobre Lisboa e tendo em conta o risco de inundações pelo facto de se situar à beira-rio, os 100 milhões de dólares de perdas potenciais sobem exponencialmente perante cenários catastróficos como atividade sísmica e que pode levar a perdas na economia entre os 10.850 milhões e os 40.920 milhões de dólares.
E para que serve este tipo de estudos e que neste caso envolveu 279 cidades do mundo que juntas geram 41% da produção económica do globo?
A resposta está na gestão dos riscos, com os seguros a serem parte da solução pelo simples facto de que estes vão injetar capital após um evento catastrófico. Os seguros têm vindo a ser desafiados no desenvolvimento de novos produtos para responder às necessidades da economia e da população. Entre nós discute-se a criação do fundo sísmico e do fundo de catástrofes. Questionada a ASF sobre a evolução destes estudos, Joé Almaça, presidente da entidade de regulação, disse que estão em análise todos os parâmetros, nomeadamente perceber quem é que vai pagar o quê e que riscos vão ser incluídos. Recorde-se que José Almaça foi dos primeiros a defender a criação de um fundo para fazer face a perdas associadas a sismos, podendo depois vir a criar-se um outro fundo para catástrofes que cobriram perdas, nomeadamente de incêndios.
E se as inundações, as secas e os incêndios é algo bem visível para toda a sociedade, o risco cibernético passou a assumir um valor à escala nacional nunca visto. Um estudo da seguradora Hiscox frisa a necessidade de prevenção de incidentes com seguros que cubram perdas próprias e responsabilidade civil decorrentes da uma violação de dados, ameaça de extorsão e falhas de segurança, sendo que a cobertura do conteúdo digital é relevante para cobrir os danos decorrentes dos crimes de difamação e violação dos direitos de propriedade intelectual. As coberturas podem estender-se à segurança de dados da indústria de cartões de pagamento e despesas com inspeções do regulador em relação à proteção de dados e custos de defesa legal.
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