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Moções clarificadoras

A moção de censura que esta semana agitou a Assembleia Legislativa trouxe alguma luz sobre como poderá evoluir a luta política na Região até às eleições de 2019, depois de uma votação autárquica que reforçou o peso da coligação Confiança e o retirou ao PSD de Miguel Albuquerque.
3 Novembro 2017, 04h11

Como frisou o Presidente da República, quando a nível nacional se votou a moção de censura a António Costa devido às falhas no combate aos incêndios, as moções de censura não servem o propósito estrito de derrubar Governos, mas também de clarificar o apoio parlamentar do Executivo em momentos de alguma agitação política. Nesse aspeto, nada de novo na Madeira: como seria expectável, os deputados social-democratas chumbaram a iniciativa.

Mas um dos sinais interessantes foi a abstenção do CDS. Tal como na moção apresentada há quase dois anos e meio pelo PCP, os democratas-cristãos optaram por fazer uma oposição light: questionaram a oportunidade desta iniciativa do PS e deram o “benefício da dúvida” a Miguel Albuquerque.

Será este um sinal de que a direita, em queda nas sondagens, estaria disponível para uma aliança em 2019 entre os dois partidos dessa área política, para fazer face à crescente popularidade de Cafôfo? Não é descabido pensar neste cenário. O pragmatismo tem muita força na política.

O tempo trará a necessária clarificação – desta e de outras incógnitas. Falta saber como evoluirá o PS-Madeira e, claro, que papel estará ou não reservado ao atual presidente da Câmara Municipal do Funchal, nas eleições de 2019. Provavelmente só ele saberá.

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