A Moody’s manteve o rating da dívida portuguesa no patamar de ‘lixo’, em Ba1 com perspetiva estável. A agência é uma das três que avalia a República no primeiro nível de ‘lixo’, a par da Fitch e da Standard & Poors. A DBRS continua, assim, a ser a única das quatro elegíveis pelo Banco Central Europeu para avaliarem o risco dos títulos emitidos por um país, que mantém o rating nacional no nível de investimento.
Tal como fez na última avaliação, a 13 de janeiro, a agência de notação não publicou nenhuma análise à situação nacional, limitando-se a atualizar o calendário de avaliações. A Moody’s foi a primeira a atirar a avaliação da República para o grau de ‘lixo’, em 2011.
Há duas semanas, a DBRS também manteve a notação da dívida portuguesa. No caso, em nível BBB(low), com perspetiva estável. A decisão refletiu, segundo a agência canadiana, o equilíbrio dos riscos para o rating. A DBRS destacou como positivo o resultado do défice orçamental de 2016, abaixo da meta da Comissão Europeia, demonstrando que o compromisso do Governo em cumprir as regras orçamentais da União Europeia.
No entanto, a melhoria no défice estrutural foi mais limitada e Portugal enfrenta desafios significativos incluindo níveis elevados de dívida pública, baixo potencial de crescimento, pressões orçamentais e elevada alavancagem no setor empresarial, acrescentou.
É fundamental para o país que pelo menos uma das quatro principais agências avalie a dívida acima do patamar de lixo é fundamental para as condições de financiamento do país. Este é um dos critérios para que as obrigações portuguesas sejam elegíveis para o programa de compra de ativos do Banco Central Europeu (BCE), que tem sido o principal fator para controlar a subida das taxas de juros da dívida portuguesa.
No mercado secundário a yield das obrigações portuguesas a 10 anos negoceia próxima dos 3,38%, abaixo da linha dos 4%, valor que não alcança desde o final de março.
A próxima agência de notação a avaliar Portugal é a Fitch, que classifica a dívida como BB+ e volta a olhar para o país a 16 de junho e a Standard & Poors poderá mudar o rating BB+ a 15 de setembro. Em ambos os casos, o rating atual é o último patamar no nível de ‘lixo’. A 1 de setembro, a Moody’s terá uma nova oportunidade de alterar a decisão e a DBRS a 20 de outubro.
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