[weglot_switcher]

Negociações do Brexit paradas até dezembro

Apesar dos mais recentes esforços de Theresa May para desbloquear o impasse nas negociações, não deverão ser conhecidos desenvolvimentos até à próxima Cimeira Europeia, em dezembro. Entretando, um novo estudo afirma que as famílias britânicas serão penalizadas pela ausência de acordo, com os preços dos bens essenciais a disparar.
Stefan Wermuth/REUTERS
17 Outubro 2017, 11h50

Chamadas para Angela Merkel, pedidos a Emmanuel Macron, um jantar com Jean-Claude Juncker. Nos últimos dias, Theresa May tem feito esforços consideráveis para desbloquear o impasse em que caíram as negociações do Brexit. O Reino Unido (RU) não refere quanto está preparado a pagar para sair da união enquanto não conhecer os contornos da relação RU/União Europeia (UE) no pós-Brexit e a Comissão Europeia não revela as suas intenções para essa mesma relação enquanto o Reino Unido não indicar quanto está disposto a pagar pela saída.

Apesar de os líderes europeus se encontrarem em Bruxelas nas próximas quinta e sexta-feira, não deverão existir desenvolvimentos nas posições de ambas as partes, o que impede que comece a segunda fase de negociações. “Espero que até ao final do ano seja possível fazer algum progresso – se tal for o caso, poderemos discutir a segunda fase, a futura relação entre o Reino Unido e a União Europeia”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros belga, Didier Reynders, aos jornalistas esta terça-feira, concluindo que “para já, é muito cedo para o afirmar com certeza”.

Numa breve declaração emitida depois do jantar entre May e Juncker, pouco ou nada foi acrescentado. O comunicado, citado pela Bloomberg, afirma que “ambos concordam que estes assuntos estão a ser discutidos dentro da janela temporal acordada entre a Europa dos 27 e o Reino Unido”, acrescentando que May e Juncker “reviram o progresso feito até agora nas negociações do Artigo 50 e concordam que estes esforços devem ser acelerados nos próximos meses”.

Hard Brexit custa 563 euros por família
Pouco tempo depois do jantar entre May e Juncker, a Resolution Foundation e a Universidade de Sussex deram a conhecer um estudo que afirma que o ‘hard Brexit’, ou seja, a saída do Reino Unido sem acordo com a Europa, poderá levar a um défice de 500 libras por família inglesa. O estudo afirma ainda que os britânicos com menores rendimentos serão atingidos de forma mais grave, à medida que os preços dos bens essenciais aumentarão significativamente, por causa dos impostos sobre o comércio.

Nas suas afirmações, o estudo assume que o Reino Unido passará a taxar os produtos europeus da mesma forma que os provenientes do resto do mundo, antevendo que, se Londres deixar as negociações do Brexit antes de ser conseguido um acordo, as tarifas nos produtos lácteos importados podem ascender a 45%, 37% na carne e cerca de 10% no vestuário, calçado, bebidas alcoólicas e tabaco.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.