O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou oficialmente esta tarde o reconhecimento de Jerusalém como a capital do estado de Israel.
Trump apresentou-se diante dos jornalistas na Casa Branca dizendo que prometera “olhar para os problemas do mundo com olhos abertos e pensamento fresco”, e acreditando que “não se podem repetir velhos erros do passado”. Com ele, garantiu, serão adotadas “novas estratégias”, e o anúncio marcará, assegurou Trump, “o início de uma nova estratégia para o conflito israelo-palestiniano.
Trump notou como desde 1985 o Congresso tinha aprovado a intenção de mudar a embaixada americana em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, e de reconhecer a cidade como a capital israelita. No entanto, afirmou, a aplicação prática dessa vontade, “reafirmada há seis meses por unanimidade no Senado”, foi adiada por sucessivos presidentes.
“Depois de duas décadas a adiar”, declarou Trump, “não estamos mais perto de uma paz duradoura”, e “repetir a fórmula não produzirá um resultado melhor ou diferente”. Como tal, anunciou o presidente americano, “determinei que é altura de reconhecer Jerusalém como capital de Israel”, cumprindo, acrescentou, “a minha promessa”.
Trump disse ter tomando esta decisão julgando fazê-lo “no melhor interesse dos Estados Unidos e da procura da paz”. Israel “é uma nação soberana, com direito a definir a sua capital”, prosseguiu, “e reconhecer este facto” é uma “condição indispensável para uma solução pacífica” para o conflito entre israelitas e palestinianos. “Hoje”, concluiu, “reconhecemos o óbvio. Esta decisão não é nada mais nem menos que o reconhecimento da realidade, e a coisa certa a fazer”.
O presidente americano acrescentou ainda que iria dar instruções ao Departamento de Estado para “preparar a mudança” da embaixada do país em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, que assim não terá efeito imediato.
Trump reafirmou “o apoio a uma solução de dois estados” para o conflito israelo-árabe, “desde que acordada pelas duas partes”, acrescentando que Jerusalém “deve permanecer uma cidade onde cristãos, muçulmanos e judeus podem ser livres para orar”.
O presidente americano disse querer “deixar muito claro” que com o anúncio de hoje “não tenciona sinalizar um desvio na tentativa de trazer uma paz longa e duradoura” para a região, nem tomar uma “posição final” quanto ao estatuto da cidade, ou sobre as fronteiras disputadas pelas duas partes em conflito.
“A cidade sagrada”, declarou Trump, deve apelar ao melhor da Humanidade”, e a paz, acrescentou, “nunca está fora do alcance daqueles dispostos a consegui-la”.
Jerusalém tem sido a grande pedra no sapato nas tentativas de resolução do conflito israelo-palestiniano, dado que os dois lados não chegam a um acordo sobre as fronteiras no interior da cidade. Como tal, nenhum estado até hoje optou por reconhecer a cidade como capital de Israel, com receio de que tal fosse encarado como uma tomada de partido pelos israelitas, podendo fazer descarrilar qualquer esforço de paz ou provocar os palestinianos a uma nova “Intifada”.
Ainda antes do anúncio oficial de Trump, a declaração do reconhecimento de Jerusalém como capital israelita motivou fortes reacções de protesto. O rei Abdullah II da Jordânia, por exemplo, avisou que esta poderá ser “explorada” por terroristas . O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou o corte de relações diplomáticas com Israel se os EUA mudarem a embaixada para Jerusalém. E a OLP considerou que esta decisão irá “promover a anarquia internacional e o desrespeito pelas instituições e pela lei internacionais”, bem como “disqualificará os EUA de desempenharem qualquer papel em qualquer iniciativa que vise atingir uma paz justa e duradoura”.
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