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Operação “CEO-FIN”: Burla em transferências bancárias leva a detenção de nigeriano

Um cidadão nigeriano foi detido por acesso ilegítimo a emails de CEO de empresas de países europeus. Ordenou transferências de dezenas de milhar de euros dinheiro para várias contas de um banco português, abertas com identidades falsas.
pj madeira
24 Julho 2017, 07h35

A Polícia Judiciária (PJ), através da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), deteve no final da semana passada um cidadão nigeriano que apoiava uma rede internacional num esquema de burla informática e nas comunicações, falsificação de documentos e branqueamento de capitais. Em causa está um esquema de cibercrime com a transferência de elevadas somas de dinheiro para contas bancárias de criminosos através de acesso ilegítimo ao correio electrónico de dirigentes de empresas em vários países europeus.  PJ intensificou acções de prevenção junto da banca.

O Jornal Económico apurou que a burla ascende a 170 mil euros e que envolve dezenas de transferências bancárias para contas num banco português, com identificações falsas.

Em comunicado, a PJ dá conta que “identificou e deteve um indivíduo de nacionalidade estrangeira que apoiava ativamente o trabalho de uma rede internacional de crime organizado focada no branqueamento de capitais proveniente de transferências bancárias ilicitamente efetuadas”.

Os crimes imputados são os de burla informática e nas comunicações, falsificação de documentos e branqueamento de capitais. O Jornal Económico sabe que o esquema fraudulento atingiu CEO de várias empresas em países europeus numa rede internacional que abriu várias contas num banco português, com identificações falsas, para falsificar o branqueamento de transferências bancárias efetuadas através da manipulação de dados.

“A investigação apurou que os factos se consubstanciam na manipulação de dados sobre transferências bancárias, acesso ilegítimo a sistemas de correio eletrónico dos ordenantes das operações com posterior branqueamento dos valores ilicitamente obtidos, que na gíria se conhece como “CEO FRAUD” e que operava no território nacional”, explica a PJ em comunicado, dando conta que todos os dispositivos informáticos usados para cometimento dos crimes foram apreendidos.

O detido, de 30 anos de idade, foi presente na sexta-feira passada a primeiro interrogatório judicial, para efeitos de aplicação de medida de coação.

A PJ prossegue as investigações para deteção e identificação deste ’modus operandi’ e determinação da extensão deste tipo de criminalidade, intensificando as ações de prevenção junto de empresas e da banca, considerando essencial que clientes bancários e Bancos confirmem por contacto telefónico direto a veracidade das instruções transmitidas por correio eletrónico.

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