Portugal é o sexto país da OCDE com níveis mais baixos de participação política

Portugal é o sexto país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) com níveis mais baixos de participação em atos de consulta popular. O relatório “How’s Life” publicado esta quarta-feira pela OCDE mostra que os portugueses estão hoje menos envolvidos nas questões políticas e mostram menos interesse em expressar a sua intenção de voto.

O estudo mostra que nas últimas eleições legislativas realizadas em 2015, cerca de 56% das população portuguesa exerceu o seu direito de voto. Em comparação com as legislativas de 2005, que levaram o Governo socialista de José Sócrates ao poder, registou-se uma queda de oito pontos percentuais no número de votantes.

Em termos de participação nos exercícios de voto, apenas a Suíça, Chile, Eslovénia, Japão e Polónia, apresentam taxas inferiores à de Portugal. Na Suíça, a taxa de abstenção é superior ao número de eleitores que vão votar (48,5%), assim como no Chile, onde a percentagem de votantes não chega aos 50% (49,4%).

Do lado oposto da tabela estão o Luxemburgo, a Austrália e a Bélgica. Nas últimas eleições legislativas realizadas no Luxemburgo, as legislativas antecipadas de 2013, a número de eleitores que se dirigiu às urnas chegou aos 91,2% do número total de cidadãos em condições para exercer o direito ao voto. As próximas eleições legislativas no país estão marcadas para o dia 14 de outubro de 2018, sendo esperada uma nova participação em massa.

Na Austrália, a percentagem de votantes em 2016 atingiu os 91,0%, depois de em 2007 ter chegado aos 94,8%. A fechar o top 3 dos países politicamente mais ativos está a Bélgica, que nas eleições de 2014 conseguiu uma participação de 89,4%.

Nas eleições realizadas este ano, as da Holanda foram as que registaram menos abstenção. A percentagem de eleitores que exerceram o direito de voto chegou aos 81,9%, dando vitória ao primeiro-ministro Mark Rutte de centro-direita, que conseguiu 21% dos votos e 33 deputados eleitos para o parlamento. Seguem-se as eleições de Coreia do Sul (77,2%), França (74,6%) e do Reino Unido (68,9%).