O Governo português já tem a aprovação de todas as instituições europeias para iniciar o processo de reembolso antecipado ao FMI. A autorização que estava em falta era a do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), que foi concedida esta quarta-feira.
A notícia chega depois de, em maio, o ministério liderado por Mário Centeno ter formalizado no Ecofin o pedido de antecipação do pagamento de cerca de 10 mil milhões ao FMI. O motivo apontado foi o de os juros serem mais elevados que os das instituições europeias, bem como o de os prazos serem mais curtos.
Até ao fim de junho serão pagos mil milhões de euros ao FMI, esperando-se nos dois meses seguintes, julho e agosto, o pagamento de 2,5 mil milhões de euros.
Em nota enviada à Lusa, o diretor do FEEF, Klaus Regling, deu conta da decisão, saudando “a intenção de Portugal de fazer reembolsos antecipados relativos ao empréstimo junto do FMI” e revelando-se “satisfeito com o facto de o Conselho de Administração do FEEF ter hoje decidido autorizar e apoiar este plano”. Regling diz que esta nova devolução antecipada vai “baixar os custos do serviço da dívida de Portugal, melhorar a sustentabilidade da dívida e enviar um sinal positivo aos mercados quanto às condições de financiamento melhoradas” do país.
O diretor do FEEF – cujo financiamento de 26 mil milhões de euros o torna o maior credor internacional do país –, “isto é bom para Portugal e para o FEEF” porque “ajuda a colocar Portugal numa melhor posição económica para honrar as suas obrigações futuras”. No entanto, Klaus Regling apela ao Governo para que “use qualquer espaço orçamental adicional, como o criado por este reembolso antecipado ou o que resultar do bom desempenho económico, para reduzir ainda mais o seu nível de endividamento”.
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