Com esta ação, o presidente norte-americano coloca em risco de deportação diversas centenas de jovens portugueses, avança a Lusa, que não sabe precisar o número, uma vez que os EUA não divulgam o número de beneficiários por país do programa ‘Deferred Action for Chilfhood’ (DACA).
Contudo, a agência de notícias apurou junto de organizações que prestam apoio a imigrantes portugueses em Rhode Island, Massachusetts, Nova Iorque, Nova Jérsia e Califórnia que o programa foi deveras popular nas comunidades portuguesas.
“Só no meu estado, acho que estamos a falar de centenas de pessoas”, afirmou a diretora do Centro de Apoio ao Imigrante de New Bedford, em Massachusetts, Helena da Silva Hughes, no início do ano.
O programa deixará de funcionar de forma gradual, expirando a 5 de março do próximo ano. Assim, cabe agora ao Congresso fazer “o seu trabalho”, conforme as palavras proferidas por Trump, na sua conta pessoal do Twitter.
Os dois partidos, quer na Câmara dos Representantes, quer no Senado, apoiam uma lei de proteção destes jovens, contudo existem republicados indignados com este programa, considerando-o uma amnistia. A juntar a esta oposição está ainda uma agenda legislativa demasiado preenchida com a reforma fiscal, a aprovação de um novo orçamento e um novo limite de endividamento do país, relata a Lusa.
“Nos últimos anos muitos imigrantes, sobretudo dos Açores, foram juntar-se a familiares que já estavam” no EUA e alguns dos mais novos sentiram-se protegidos por esta ordem executiva, apesar da comunidade portuguesa ser documentada na sua maioria, explicou a diretora do Centro de Apoio ao Imigrante de New Bedford.
O advogado e dono de umas empresas de advocacia especializadas em imigração conhecidas do estado de Nova Jérsia, Moses Apsan, disponibilizou-se a ajudar mais de 100 portugueses a candidatarem-se ao programa. “Nestes anos, preenchi entre 300 a 400 candidaturas. Cerca de metade eram de cidadãos portugueses”, esclareceu, citado pela agência de notícias portuguesa.
Já Ana Oliveira, da cidade de Newark, prestou igual apoio a vários imigrantes portugueses, confirmando que se trata de “um assunto que afeta diretamente os portugueses”. “A comunidade portuguesa está estabelecida e por isso a maioria acha que este tema não lhes diz respeito, mas é um problema que pode atingir muitas famílias portuguesas”, assegurou a consultora jurídica, à Lusa.
Por sua vez, Bela Ferreira, diretora-executiva da Portuguese Organization for Social Services and Opportunities (POSSO), sediada em Santa Clara, Califórnia, afirmou que a sua organização “tem conhecimento de jovens protegidos pelo programa”, mas que não consegue precisar um número.
“A nossa comunidade está muito dispersa pelo vale [de São Joaquim], por isso não sabemos a dimensão desta realidade. Mas sabemos que há bastantes imigrantes recentes, vindos nos últimos 15 anos, e que uma parte deles se encaixa neste perfil”, explicou.
Segundo relata a Lusa, o estado norte-americano estima que existam cerca de 2,1 milhões de beneficiários integrados no programa, sem incluir pessoas acima dos 31 anos ou que tenham ido para o país em 2007, dos quais cerca de 800 mil usufruem das suas proteções, tendo-lhes sido concedida a oportunidade de estudarem na universidade, arranjarem trabalhos legais, visitar o país natal e ainda obter licença para conduzir.
Na verdade, as diferenças que separavam os imigrantes portugueses dos cidadãos norte-americanos são o facto de não possuírem passaporte, não terem direito a voto e poderem ser deportados caso cometam algum crime.
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