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Primo de Sócrates a viver em Angola herdava fortuna de amigo

Um documento encontrado na Suiça dizia que, em caso de morte, 80% do saldo de Carlos Santos Silva seria destinado para a família do ex-primeiro ministro, José Sócrates.
7 Abril 2017, 11h31

Ao que o “Correio da Manhã” (CM) apurou, José Paulo Pinto de Sousa, primo do ex-primeiro ministro José Sócrates, que estava destinado a herdar a fortuna de Carlos Santos Silva, amigo de Sócrates, encontra-se em Angola. Há uma morada fiscal e indicações sobre o seu paradeiro, no entanto as cartas rogatórias enviadas para Angola ainda estão sem efeito.

Em causa está um documento encontrado num cofre na Suíça que torna José Paulo Pinto de Sousa herdeiro de Santos Silva, noticou a “Sábado”: “Na abertura dessa conta, de forma a salvaguardar o arguido José Sócrates sobre os fundos que ali viessem a ser recebidos, foi feito constar que, por morte do arguido Carlos Santos Silva, 80 por cento do saldo da conta seria de José Paulo Pinto de Sousa, atuando este na qualidade de fiduciário de José Sócrates”.

Acrescem ainda outras provas que apontam para José Paulo Pinto de Sousa. Segundo conta o CM, desde 2007 que o Ministério Público (MP) diz que Carlos Santos Silva, Sócrates e José Paulo “acordaram que seriam concentrados nas contas de Santos Silva outros fundos que seriam recebidos como contrapartidas por atos do arguido José Sócrates”.

Recorde-se que o Ministério Público imputou José Sócrates de seis crimes: corrupção passiva para a prática de atos contrários aos deveres do cargo, fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais, falsificação, recebimento indevido de vantagem e tráfico de influências.

Advogados pedem fim da ‘Operação Marquês

“É cada vez mais claro, aos olhos de todos, que este Ministério Público não consegue acusar, mas recusa-se a assumir e a justificar publicamente o arquivamento. Por isso insiste em permitir o insulto público das pessoas que persegue, e em manter o processo na secretária”, refere a defesa de José Sócrates, em comunicado enviado às redações.

Os advogados Pedro Delille e João Araújo exigiram esta quinta-feira a extinção do inquérito ‘Operação Marquês’, alegando que se mantém uma “violação manifesta da lei”, tendo em conta que os prazos de investigação foram ultrapassados.

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