Paulo Blanco, advogado do Estado angolano e arguido na Operação Fizz, acusa Daniel Proença de Carvalho de ter conseguido um perdão fiscal de 800 mil euros para uma empresa suspeita de fraude fiscal. A empresa em causa estava ligada ao enteado do antigo vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, pelo que Paulo Blanco exige a constituição de Daniel Proença de Carvalho como arguido no processo, avança o jornal ‘Correio da Manhã’.
O julgamento da Operação Fizz, em que Manuel Vicente é acusado de branqueamentos de capitais, falsificação de documentos e pagamento de luvas ao procurador Orlando Figueira, com a finalidade de o favorecer em dois processos, começa no dia 22 de janeiro. Mas fora da barra dos tribunais começa já o jogo do “passa culpas”.
Na contestação que juntou ao processo, Paulo Blanco afirma que, no âmbito do ‘Caso Edimo’, Daniel Proença de Carvalho, coordenador dos serviços jurídicos do Banco Privado Atlântico-Europa, terá passado o processo para as mãos do advogado Cortes Martins, alegando que este era amigo do procurador Rosário Teixeira, que liderava o inquérito. Rosário Teixeira exigia então o pagamento do alegado IRC, juros de mora e uma injunção, não inferior a 100 mil euros, o que ascendia aos 900 mil euros a pagar de indemnização.
Com a entrada do advogado Cortes Martins – indicado por Daniel Proença de Carvalho – no processo, o caso foi suspenso e a empresa ligada a Manuel Vicente foi sujeita ao pagamento de uma indemnização de apenas 100 mil euros.
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