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Ricardo Salgado diz que venda do Novo Banco foi “uma desgraça”

“O banco foi entregue gratuitamente”, disse hoje o ex-banqueiro, acusando o Banco de Portugal e o anterior governo pela resolução do antigo BES.
Rafael Marchante/Reuters
3 Abril 2017, 13h15

O ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES) criticou esta segunda-feira o negócio da venda do Novo Banco. Ricardo Salgado considera que a passagem de 75% do banco renascido do antigo BES para o fundo norte-americano Lone Star foi uma imposição de Bruxelas e do Banco Central Europeu (BCE) e um mau negócio para o país.

“Foi uma desgraça”, disse Salgado em declarações, transmitidas pela TVI, à entrada do tribunal de Santarém, onde decorre o pedido de impugnação da contra-ordenação de quatro milhões de euros aplicada pelo Banco de Portugal (BdP).

“O banco foi entregue gratuitamente a uma instituição que desconheço, mas que não tem, certamente, cultura para o desenvolvimento e a manutenção das operações às pequenas e médias empresas portuguesas. É um mercado muito particular”, continuou o ex-banqueiro.

Ricardo Salgado acusou Bruxelas de não ter “a mais pequena sensibilidade para as necessidades Bancárias em Portugal”. No entanto, as maiores críticas foram internas, tendo apontado o dedo à resolução do BES determinada pelo anterior Governo e pelo Banco de Portugal.

“Aquilo que estou a trabalhar para comprovar é que [o BES] foi destruído pelo Banco de Portugal e pelo governo anterior. Não quero com isto dizer que não foram cometidos erros de julgamento durante o período da gestão, mas atravessámos uma crise terrível”, disse, justificando os problemas no banco com a crise económica.

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