Uma equipa de investigadores do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa desenvolveu uma vacina que incorpora o parasita causador da malária em roedores, avança à Lusa o líder da equipa de investigadores, Miguel Prudêncio. Este parasita une-se ao parasita que infeta as pessoas, possibilitando ao sistema imunitário humano o combate logo na fase inicial, antes do surgimento dos sintomas.
Denominado “Plasmodium falciparum”, este é um dos parasitas da doença considerados mais agressivos e a causa da infeção nos humanos. O objetivo da equipa de Miguel Prudêncio passou por alterar a genética do parasita “Plasmodium berghei” – parasita que causa a infeção nos roedores e é inofensivo ao humano -, para expressar uma proteína do parasita que contagia os humanos.
De acordo com o líder, os parasitas espoletam a resposta do sistema imunitário quando ainda estão no fígado, surgindo a doença quando esses mesmos parasitas saem do fígado para a corrente sanguínea.
Os testes serão submetidos a 30 voluntários saudáveis, com idades entre os 18 e os 35 anos que, numa primeira fase irão passar por uma avaliação de efeitos adversos provocados pela vacina, seguindo-se uma análise à eficácia da mesma, comparando o aparecimento da infeção nos voluntários vacinados e não vacinados, relata a Lusa. Em 2018 deverão ser divulgados os resultados.
O ensaio clínico, que tem um custo de cerca de 1,3 milhões de euros, vai ser realizado pelos investigadores do Instituto em colaboração com o Centro Médico da Universidade de Radbound, na Holanda, e com a PATH Malaria Vaccine Iniciative, entidade que coordena a nível mundial o desenvolvimento de vacinas contra esta doença, a causa de cerca de 430 mil mortes em 2015, na sua maioria em África, conforme aponta a Organização Mundial de Saúde (OMS).
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