O Vinho da ilha do Fogo passará a ser a primeira marca cabo-verdiana a receber a Denominação de Origem e Indicação Geográfica. A denominação de origem controlada (DOC) é o sistema de denominação utilizado para certificar vinhos, queijos, manteigas e outros produtos agrícolas e é atribuída a produtos produzidos em regiões geograficamente delimitadas, que cumprem um conjunto de regras consignadas em legislação própria.
A anteceder a esta apresentação do pedido, decorreu hoje na cidade da Praia um encontro de socialização dos resultados do projecto e também a divulgação dos conceitos de Denominação de Origem e Indicação Geográfica.
A Denominação de Origem e Indicação Geográfica é, segundo Abraão Lopes, presidente do IGQPI “um estatuto que se atribui a um produto muito específico”. Lopoes adianta ainda que este foi um trabalho desenvolvido ao longo dos últimos 12 meses junto de produtores das marcas “Vinho Chã”, “Sodade” e Maria Chaves” no sentido de os ajudar a valorizar esse produto que é “genuíno, típico e especial” e que “não se produz em nenhuma outra parte do mundo”.
Segundo Abraão Lopes, a preparação do caderno de especificações técnicas que permitem estes vinhos estarem registados com a Denominação de Origem e Indicação Geográfica demostrou que “o vinho do Fogo merece este tratamento especial”
Ideia que é reforçada por Alberto de Almeida, do Instituto de Vinhos Douro Porto, que ajudou na elaboração do caderno de especificações técnicas, que aponta que “ olhando pelas caraterísticas da ilha vulcânica do Fogo, com um clima especial e a altitude que são produzidas as videiras conferem ao vinho da ilha particularidades singulares”. Este especialista português ainda acrescenta que “uma Denominação de Origem exige que o produto tenha aroma e sabores que os deferência, por causa do ambiente geográfico onde é produzido”
Os produtores de Vinho da ilha do Fogo, presentes no encontro de socialização dos resultados do projecto e bem assim dos conceitos de Denominação de Origem e Indicação Geográfica, manifestaram-se satisfeitos com esta qualificação.
Para Maria da Ressurreição Graça, da Associação Produtores do Fogo, “o que vai acontecer a partir de agora é a protecção da marca contra a falsificação, uma vez que a qualidade dos vinhos produzidos na ilha do Fogo já existe”.
Rossandro Monteiro, conhecido por Kakuka, que preside a Associação dos Agricultores de Chã das Caldeiras, acredita que com a Denominação de Origem e Indicação Geográfica passa-se a saber que o vinho que se produz em Chã das Caldeiras “é genuíno, produzido dentro da cratera de um vulcão activo, sem adubação química, sem rega de localização e, neste sentido, todo o vinho é orgânico e biológico”.
Com a atribuição da Denominação de Origem e Indicação Geográfica para o vinho produzido na ilha do Fogo, o presidente do Instituto de Gestão da Qualidade e da Propriedade Intelectual, Abraão Lopes, acredita que estão dados os passos para o reconhecimento, também mundial, de outros produtos tipicamente cabo-verdianos, como café, queijo, bordados da ilha Brava entre outros.
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