Realizou-se esta quarta-feira a sessão de apresentação dos resultados da Oferta Pública de Subscrição do empréstimo obrigacionista do IIB (International Investment Bank de Cabo Verde), naquela que é a primeira emissão azul em Cabo Verde na Bolsa de Valores de Cabo Verde.
São 35 mil obrigações, ao preço de 10 mil escudos cada, com maturidade a cinco anos e taxa de juro de 4%, para financiar projetos na área da economia azul.
A emissão, denominada Marine and Ocean Based Blue Bond série D, decorreu até 28 de fevereiro e representa a primeira oferta pública de subscrição de obrigações, desde 2013, com a parceria do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), através da BLU-X, plataforma destinada ao desenvolvimento da economia azul sustentável.
Sendo a primeira oferta pública desde 2019 é considerada muito importante para o mercado de capitais cabo-verdiano.
O empréstimo obrigacionista teve como finalidade possibilitar o desenvolvimento de projetos estruturais na área da Economia Azul a inclusão financeira nesse mesmo setor, viabilizada através de financiamentos diretos ou através da identificação e desenvolvimento de parcerias estratégicas inovadoras concebidas para apoiar o acesso ao crédito de pequena escala a particulares e pequenas empresas, nos setores marítimo e pesqueiro sustentáveis.
A emissão das obrigações, no montante inicial de 250 mil contos (2,27 milhões de euros), mas que devido à elevada procura subiu para o limite máximo do intervalo que eram os 350 mil contos (3,17 milhões de euros), “visa sobretudo possibilitar o desenvolvimento de projetos estruturais na área de economia azul”.
Foram assim admitidas à cotação as obrigações do IIB na Bolsa de Valores de Cabo Verde, “permitindo o acesso a todos os investidores de Santo Antão à Brava e da nossa diáspora contribuir para o desenvolvimento da nossa economia”, segundo presidente da Bolsa, Miguel Monteiro, que aproveitou a data para as mulheres que representam 50% da equipa da instituição.
Os subscritores dos títulos foram cabo-verdianos em Angola (4); EUA (5); França (1); Itália (1); Luxemburgo (1); Portugal (6); Suíça (1) e Uganda (1). “Esses 20 subscritores que investiram um valor acima ce 70 mil contos (635 mil euros), ficam isentos do pagamento do imposto sobre o rendimento”, diz o presidente da bolsa cabo-verdiana.
“Dos 87 investidores particulares, 37 são mulheres, ou seja, representam 43% dos que decididram investir na IIB Marine and Ocean-based Blue Bond Série D – 4%, 2023-2028”, lê-se no comunicado.
“Pretende-se, ainda neste mesmo sector da economia azul, dedicar o mínimo de 50 mil contos para o desenvolvimento e inclusão financeira, viabilizando, através de financiamentos directos, ou através de identificação e desenvolvimento de parcerias estratégicas e inovadoras com instituições de microfinanças, para apoiar o acesso ao crédito de pequena escala, a particulares e pequenas empresas, nos sectores marítimo e pesqueiro sustentáveis”, afirmou o presidente da Bolsa de Cabo Verde, Miguel Monteiro, em janeiro na cerimónia do anúncio da operação em janeiro segundo o jornal local “Expresso das Ilhas”.
O presidente da Comissão Executiva do IIB, Francisco Ferreira, referiu no anúncio da emissão em janeiro, que “estamos a fazer a emissão do primeiro Blue Bond no mercado, que consideramos ser um programa piloto, que poderá ser estendido a novas emissões azuis, bem como catalisar a participação dos restantes stakeholders no mercado para outras emissões com o mesmo cariz meritório”.
No comunicado de hoje, Miguel Monteiro revela que as metas enquanto presidente da Bolsa de Cabo Verde são ter pelo menos mais duas empresas cotadas; ter a primeira edição do Bolsa Awards; promover instrumentos financeiros para a diáspora dos cabo-verdianos (Diáspora Bonds); e promover parcerias internacionais com instruções congéneres.
“No quesito das parcerias internacionais aproveito para comunicar que na próxima semana, no âmbito do protocolo assinado no ano passado, entre as Bolsas de Angola (Bovida); Cabo Verde e Moçambique, estaremos em Angolapara participar no Fórum Bodiva”, disse Miguel Monteito.
O presidente da bolsa disse ainda que no que toca a parcerias internacionais “temos em curso o processo de Dual Listing com a Bolsa do Luxemburgo, no sentido de imprimir maior liquidez e visibilidade ao nosso mercado”.
Por outro lado, a AGMVM (equivalente à portuguesa CMVM) tem em curso a revisão do atual Código de Mercado de Valores Mobiliários que “prevê alterações potencializadoras da dinâmica e contribuição do mercado de capitais para o desenvolvimento do país”.
Entre elas está o facto de reduzir o capital mínimo para as empresas se cotarem em bolsa, que passa de 100 mil contos de capital próprio para 20 mil contos cabo-cabo-verdianos. O objetivo é melhorar o acesso das PME à bolsa.
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