O banco central da Suíça disse ao fim do dia desta quarta-feira agitada que está pronto para fornecer apoio financeiro ao Credit Suisse, se necessário, depois que as ações do segundo maior banco do país caíram até 30%.
Numa declaração conjunta com o regulador do mercado financeiro suíço FINMA, o Banco Nacional Suíço (SNB) disse que o Credit Suisse cumpriu os “requisitos rigorosos de capital e liquidez” impostos aos bancos de importância sistémica para o sistema financeiro em geral e portanto “se necessário, o banco central fornecerá liquidez ao Crédit Suisse”.
O Financial Times noticiou que o Credit Suisse tinha apelado ao Banco Nacional Suíço e ao regulador suíço Finma para uma demonstração pública de apoio e ela acabou mesmo por chegar.
Segundo a CNN, o Credit Suisse recusou-se a comentar, o Banco Nacional Suíço e a Finma também se recusaram a comentar e o Banco Central Europeu disse que “não pode falar sobre bancos individualmente”. O BCE tem um papel indirecto na regulação do Credit Suisse, devido à presença do banco em países da zona euro como a Alemanha, Itália e Espanha.
Duas fontes de supervisão disseram à Reuters que o BCE tinha contactado bancos para os questionar sobre as suas exposições ao Credit Suisse.
O crash alastrou-se a outras acções bancárias europeias, com bancos franceses e alemães como o BNP Paribas, Societe Generale, Commerzbank e Deutsche Bank a cair entre 8% e 12%. Os bancos italianos e britânicos também caíram. O BCP caiu 9,05% para 0,19 euros.
Depois do maior acionista do Credit Suisse descartar investir mais no banco suíço dada a forte queda das ações, os títulos caíram mais de 24% no fecho da sessão na bolsa de Zurique.
O investidor saudita, Saudi National Bank, disse que antevê que o valor da sua participação de 9,88% vai cair a pique nos próximos meses. Aquele que é o maior financiador do Credit Suisse disse também que não fornecerá mais ajuda financeira ao banco, já que uma participação acima de 10% traria obstáculos regulatórios adicionais.
A fuga de dinheiro dos clientes é o maior risco que o banco corre e daí a importância do apoio do banco central suíço.
Os clientes do Crédit Suisse retiraram 123 mil milhões de francos suíços do Credit Suisse no ano passado – na sua maioria no quarto trimestre – e o banco reportou um prejuízo anual de quase 7,3 mil milhões de francos suíços, o pior desde a crise financeira global em 2008.
Em outubro, o banco embarcou num plano de reestruturação “radical” que implica o corte de 9.000 postos de trabalho a tempo inteiro, o spin-off do seu banco de investimento e a concentração na gestão do património.
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