Pedro Soares, ex-deputado do Bloco de Esquerda, é formalmente o porta-voz da moção que enfrentará, na convenção de 28 e 29 de maio, Mariana Mortágua. A decisão foi tomada no último sábado, num plenário de subscritores da moção E, e foi “consensual”.
Esta é uma escolha que não surpreende, já que foi a Pedro Soares a quem coube, no passado dia 27 de fevereiro, a tarefa de dar a conhecer as linhas da proposta política que se opõe à linha oficial do partido.
Na altura, o antigo deputado defendeu para o Bloco o regresso a um sistema de vários porta-vozes, razão pela qual aquela moção não iria ter propriamente um candidato à liderança, preferindo colocar ênfase na composição da mesa nacional, da qual resultará a nova direção.
Ao NOVO, Pedro Soares explica que, enquanto a moção A tem uma líder (Mariana Mortágua), pressupondo uma liderança “com grande preponderância individual”, a moção E “pressupõe uma direção com maior pendor coletivo (sistema de porta-vozes) onde existirá um porta-voz da comissão política”. É esta, aliás, uma das diferenças entre moções que a ala crítica do BE quer afirmar no conclave de maio.
Mas antes de avançar para a composição da lista à mesa nacional, a moção E está, nesta fase, empenhada em apresentar as suas propostas e lançar o debate.
O dirigente, e membro da plataforma Convergência, defende ser crucial uma “descontinuidade” no caminho que levou o partido a perder influência política, social e eleitoral. Tem, porém, consciência da “luta desigual e difícil” que uma proposta que “representa as bases” enfrenta contra uma moção que “tem todo o aparelho do Bloco e que é claramente da cúpula”.
Eleito por Braga, Pedro Soares foi deputado à Assembleia da República durante duas legislaturas, XI e XIII, tendo sido, entre 2015 e 2019, presidente da comissão Parlamentar de Ambiente e Habitação.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com