A iminente privatização da TAP – seja ela total ou parcial, como já admitiu o primeiro-ministro – reserva dois “rebuçados” para os compradores. O primeiro é evidente nos números relativos ao ano passado, que a companhia aérea divulgou na segunda-feira: as receitas operacionais, sobretudo com passageiros, subiram consideravelmente (mais 2.100 milhões de euros face a 2021) e os custos subiram apenas 11%, já contando com aumentos com pessoal (contratações e reintegrações) e com o disparo no preço do combustível. Em termos operacionais, a CEO Christine Ourmiere-Widener parece ter deixado a TAP melhor do que a encontrou, ainda que tenha os dias contados na empresa.
Mas há outro “rebuçado”. Se, como pretende o primeiro-ministro, a privatização da companhia for feita este ano, o comprador vai poder dispor de 686 milhões de euros em “cash”, através de duas injeções previstas para dezembro de 2023 e dezembro de 2024. Na prática, são duas parcelas relativas ao aumento de capital que o Estado formalizou em dezembro passado e, em si, não representam um acréscimo de verbas passadas pelo Estado.
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