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Medina pediu a CEO da TAP para se demitir um dia antes de a despedir

Christine Ourmières-Widener respondeu esta terça-feira aos deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito à tutela da gestão política da TAP. Recorde todos os pontos-chave desta audiência de quase sete horas.
António Cotrim/Lusa
4 Abril 2023, 17h30

Atualizado pela última vez às 00h00

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22h52 CEO: “Controlo de tráfego aéreo é o grande desafio”

Christine Ourmières-Widener esclareceu o deputado Bruno Dias, do PCP, que o principal desafio do aeroporto de Lisboa se prende com o controlo de tráfego aéreo.  O verão, diz, “vai ser difícil”.

A opinião da gestora já tinha sido transmitida aos ministérios, revela.

“É o que causa grande parte dos atrasos atualmente – e será ainda pior no verão”, quando se espera um número recorde de passageiros. “Os acordos com a Força Aérea são bons mas só entram em vigor em 2024. Este verão vai ser difícil ao nível das infraestruturas. Mandámos um e-mail ao Ministério da Infraestrutura e Habitação”, garantiu.

22h30 Cinco horas depois…

A CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener responde aos deputados há cinco horas. A audição à presidente executiva da companhia aérea arrancou às 17h30. Fazemos-lhe um resumo dos principais momentos desta comissão parlamentar de inquérito:

  • Decisão de afastar Alexandra Reis “não foi pessoal”, mas foi comunicada previamente ao chairman Manuel Beja e ao CFO Gonçalo Pires, diz CEO, contrariando a versão apresentada a semana passada pelo administrador financeiro;
  • Secretário de Estado Hugo Mendes terá determinado o valor limite de 500 mil euros a ser pago a Alexandra Reis e terá também pressionado a TAP a alterar um voo onde viajava o Presidente da República;
  • CEO confirma que tutela a impediu de apresentar os resultados publicamente, já depois da demissão;
  • Ourmières-Widener só soube da demissão durante a conferência de imprensa de apresentação do relatório da IGF;
  • Considera que lhe é devido o bónus relativo a 2022, uma vez que foram cumpridos os objetivos exigidos à gestora;
  • Fernando Medina pediu à CEO que se demitisse na véspera de anunciar a sua exoneração “por justa causa”;
  • Ourmières-Widener vai avançar judicialmente para “defender a sua honra”;
  • IL exige demissão de Galamba e esclarecimentos do primeiro-ministro e do líder parlamentar do PS;
  • Evercore presta assessoria sem contrato há nove meses.

22h28 Evercore trabalha há nove meses sem contrato

A consultora Evercore está a trabalhar na privatização da TAP sem um contrato assinado há nove meses, evidenciou Bernardo Blanco (IL).

Christine Ourmières-Widener esclarece que o processo de privatização ainda não começou, e que a empresa ainda não fez uma sondagem do mercado, mas que já reuniu informações de potenciais compradores para ajudar o Executivo a iniciar as diligências “com o pé direito”, destaca.

A gestora admite que o processo já devia ter arrancado.

22h25 CEO vai defender a honra (Lusa)

“6 de março foi o pior dia da minha vida, por isso, sim, vou tentar reparar a minha honra, com a reputação global que tenho nesta indústria”, afirmou Christine Ourmières-Widener, em resposta ao deputado Paulo Moniz, do PSD, na comissão parlamentar de inquérito.

O deputado perguntou se a gestora pretendia ser ressarcida dos valores que não são pagos em caso de despedimento por justa causa.

“Ter dois ministros a demitir-me com justa causa está a arruinar a minha reputação, perante a minha família, os meus filhos e amigos. Tenho de o fazer”, sublinhou a presidente executiva da TAP.

21h59 Tutela “nunca” pediu segredo

“Não me sinto respeitada pelo que fiz por esta empresa, mas eu prefiro ter alguma perspetiva e distância e tenho de me proteger um pouco neste processo, mais do que fiz no passado. Esta decisão não é minha. Estou muito desiludida com o que se passou. E agora trata-se de ter uma perspetiva diferente. Este processo atingiu-me”, diz Christine Ourmières-Widener, acrescentando que nem Galamba nem Medina lhe pediram segredo das reuniões mantidas.

“Não, nunca me pediram [segredo]. Ou, se me pediram, eu não me lembro”, remata.

21h55 Eis os convidados da polémica reunião preparatória conduzida pelo PS

A CEO da TAP esclareceu o Parlamento quanto aos membros do Grupo Parlamentar do PS que foram convidados para a reunião preparatória da qual participou, um dia antes de ser ouvida na Assembleia, em janeiro.

  • João Brilhante;
  • Frederico Pinheiro;
  • Cátia Rosas;
  • João Carlos Bezerra da Silva;
  • Maria Eugénia Correia Cabaço;
  • Daria Shumskaya;
  • Marco Rebelo;
  • Ana Filipa Ferreira;

21h53 Gonçalo Pires não se preparou bem para a audição

A CEO da TAP elogia o congénere financeiro, Gonçalo Pires, mas admite que o mesmo se mostrou impreparado para responder aos deputados na mesma comissão onde hoje é ouvida.

A versão apresentada por Gonçalo Pires diverge daquela hoje dada a conhecer por Christine Ourmières-Widener. O CFO mostrou-se sempre à margem das informações, decisões e reuniões, mas a CEO veio hoje clarificar que o administrador financeiro sabia, em parte, e foi notificado formalmente, até porque as áreas de Alexandra Reis lhe competiam a ele depois da saída da administradora.

21h46 “Não me demiti porque não fiz nada de errado”

A CEO da TAP considera que o pedido de demissão colocado pela tutela das Finanças a deixou “devastada”. Mais ainda, diz, porque soube pelos noticiários que tinha sido despedida “por justa causa”.

Christine Ourmières-Widener esclarece que não concordou demitir-se porque “não fez nada de errado”.

Fernando Medina falhou em não a avisar previamente do anúncio da exoneração, explica, mas disse-lhe que essa “era a única solução possível para o Governo, perante a pressão política” que este caso gerou.

“Para mim, a demissão é uma confissão de culpa. Eu não fiz nada de errado”, assinala.

21h19 Medina pediu que CEO da TAP se demitisse (com Lusa)

“Pediram-me que me demitisse”, confirma Christine Ourmières-Widener, em resposta ao deputado Paulo Moniz (PSD), referindo-se à reunião prolongada que manteve com o ministro das Finanças na véspera de ser conhecido o relatório da IGF, que ditou a sua demissão.

“Disse-me que poderia ser boa ideia para a minha reputação demitir-me”, esclareceu emocionada.

Fernando Medina terá dito, segundo a gestora, que seria “difícil do ponto de vista do Governo que se prosseguisse com o mandato”. A conversa “foi muito difícil”, diz a CEO da TAP.  “Sair desta forma, foi muito díficil”, salienta.

“O tom da reunião foi muito triste, dizendo-me que os meus resultados eram fenomenais e que eu tinha feito um trabalho fantástico, que era a pessoa certa para o cargo e que este processo [de indemnização a Alexandra Reis] tinha sido conduzido por mim com boa-fé, mas perante toda a pressão de diferentes partes, não restava ao Governo outra opção, não vendo a continuação do meu mandato”, afirmou Ourmières-Widener.

20h50 Audição prossegue para intervalo de 20 minutos

A Comissão Parlamentar de Inquérito retoma os trabalhos às 21h10.

20h48 Liberais exigem demissão de Galamba e esclarecimentos de Costa e Brilhante Dias

Rui Rocha aproveitou a audição para exigir a demissão do ministro das Infraestruturas João Galamba e para pedir esclarecimentos ao primeiro-ministro e ao líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, para que este último se pronuncie “de imediato” sobre a reunião preparatória tida entre deputados do PS e a CEO da TAP.

“O senhor primeiro-ministro que venha esclarecer toda esta situação”, diz, que constituti “uma situação de enorme gravidade”, acrescenta o deputado liberal.

20h40 “Não era pessoal, era uma questão de negócio”

Christine Ourmières-Widener garante que o CFO sabia das mudanças que esta estava a preparar na administração, já que parte das responsabilidades de Alexandra Reis passariam para a tutela financeira da empresa. “O seu departamento era o mais impactado [com a saída]”, diz.

O deputado Carlos Pereira (PS) diz que a ausência de comunicações entre as duas gestoras é “insólita”, e que essa natureza não está expressa nas mensagens partilhadas pela CEO da TAP à CPI.

20h17 Se só agora se juntou…

Temos estado a acompanhar a audição da CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, na Comissão Parlamentar de Inquérito à tutela da gestão política da empresa. Eis alguns pontos-chave desta audição, que decorre desde as 17h30:

  • Decisão de afastar Alexandra Reis “não foi pessoal”, mas foi comunicada previamente ao chairman Manuel Beja e ao CFO Gonçalo Pires, diz a CEO, contrariando a versão apresentada a semana passada pelo administrador financeiro;
  • Secretário de Estado Hugo Mendes terá determinado o valor limite de 500 mil euros a ser pago a Alexandra Reis e terá também pressionado a TAP a alterar um voo onde viajava o Presidente da República;
  • CEO confirma que tutela a impediu de apresentar os resultados publicamente, já depois da demissão;
  • Ourmières-Widener só soube da demissão durante a conferência de imprensa de apresentação do relatório da IGF e considera que lhe é devido o bónus relativo a 2022, uma vez que diz terem sido cumpridos os objetivos exigidos à gestora.

19h58 BE denuncia pagamentos indevidos de quase 7 milhões

Mariana Mortágua (BE) questionou a CEO da companhia aérea sobre uma série de pagamentos feitos a ex-funcionários da TAP que passaram a prestar serviços de consultoria à empresa.

É o caso de Fernando Pinto, que deixou a presidência nos primeiros meses de 2018 e que foi posteriormente contratado como consultor. O contrato assinado com a TAP no valor de 1,6 milhões de euros foi pago à empresa Free Fly Consultant, revela o GP-BE, entidade que só teve esta única atividade.

Incapaz de esclarecer quais foram os serviços de consultoria prestados pela Free Fly Consultant ao longo de mais de dois anos, Christine Ourmières-Widener esclarece que foram situações desta natureza que motivaram uma auditoria externa – conduzida pela EY .

Em causa estão pesadas indemnizações pagas a ex-diretores e administradores da transportadora, evidenciadas por uma denúncia interna.

Além destes 1,6 milhões, outros 4 milhões foram pagos à Atlantic Gateway, empresa acionista da TAP, que soma os salários dos administradores Antonoaldo Neves e David Pedrosa. CEO rejeita ter conhecimento deste contrato, mas esclarece que este tipo de situações são frequentes nas empresas privadas.

Mas não fica fora destas contas Maximilian Otto Urbahn, um ex-administrador que estava a receber uma pré-reforma ilegal também desde 2018, no valor de 1,3 milhões de euros.

Sobre esse caso, Ourmières-Widener diz que a decisão partiu de uma empresa de advogados externos. “Eu não sabia. Eu confiei no que me era dito, porque é para isso que pagamos a profissionais especializados”, diz.

Estes três casos totalizam quase 7 milhões de euros.

19h40 CEO só soube da demissão durante conferência de imprensa

Em resposta a Mariana Mortágua (BE), a CEO da TAP diz que não foi avisada formalmente da sua demissão antes da conferência de imprensa de apresentação do relatório da IGF.

Contudo, o ministro das Finanças – com quem Ourmières-Widener mantém “uma boa relação”, segundo a mesma – avisou a gestora de que a situação não era fácil.

Na véspera dessa conferência de imprensa, a um domingo, a CEO da TAP ter-se-á encontrado com Fernando Medina, que lhe terá dito que estava perante um cenário complicado. “Mas não me disse que eu ia ser demitida com justa causa. Ninguém me explicou a natureza do que ia ser apresentado nessa conferência de imprensa”, ressalva a mesma.

O aviso formal, diz Christine, só chegou uma semana depois da conferência de imprensa. “Ninguém me passou informação sobre quando teria de sair da empresa e, ainda hoje, não sei”, acrescenta.

19h35 “Mereço o bónus porque apresentei resultados em 2022”

O contrato de Christine Ourmières-Widener prevê um bónus, tal como avançou o Jornal Económico, mas esse montante ainda não foi pago, destaca a CEO da TAP.

Na equipa atual, nenhum bónus foi pago aos administradores.

“O meu contrato é público, foi divulgado e estava na imprensa”, diz Widener.

https://jornaleconomico.pt/noticias/financas-desconheciam-bonus-de-tres-milhoes-acordado-com-ceo-da-tap-990711

Recorde-se que durante a apresentação do relatório da IGF, que ditou a exoneração da CEO e do chairman da TAP, o JE questionou o ministro das Finanças quanto à resolução deste bónus, uma vez que o contrato não foi ratificado como devia ter sido. Fernando Medina não esclareceu.

19h17 CEO só tomou conhecimento do estatuto de gestor público em dezembro

Em resposta ao deputado Bruno Dias (PCP), a presidente da TAP diz que desconhecia que as obrigações de empresa pública não estavam a ser cumpridas, e que só foi alertada para esse facto em dezembro, já depois da demissão de Alexandra Reis. “Nunca soube de nenhum processo ilegal antes, porque não sou especialista em leis”, sublinha.

Sobre os contratos de gestão – que ora não existem ou não foram assinados – o deputado comunista recorda que está em causa a nulidade da nomeação de Ourmières-Widener e outros. Isto porque os contratos têm um prazo de três meses, após a indicação, para estarem assinados.

“O único contrato que tenho foi assinado antes de entrar na empresa”.

A questão foi levantada por Manuel Beja, diz Widener, e o alerta foi remetido à tutela ainda em 2021. O foco da administração, diz a CEO, “estava na execução e isto não era, para mim ou para a restante equipa, um problema, mas sim uma questão da tutela, dos administradores não executivos”. A resposta tarda em chegar.

19h09 Hugo Mendes terá pressionado TAP para mudar voo de Marcelo

A Iniciativa Liberal trouxe ainda para a mesa a questão da mudança do voo do Presidente da República, um pedido que chegou à caixa de correia da CEO, que começou por rejeitar o pedido.

A resposta do secretário de Estado Hugo Mendes foi clara: devia-se dizer “sim” espontaneamente, porque não se pode “correr o risco de perder o apoio político do PR”, escreve o secretário de Estado. Pois, “se o seu humor mudar, está tudo perdido”.

“Uma frase dele contra a TAP/o Governo, o resto do país vira-se contra nós. Não é um exagero. Ele é o nosso maior aliado, mas pode tornar-se no nosso maior pesadelo”, conclui.

18h57 Tutela impediu apresentação pública dos resultados, acusa CEO

Christine Ourmière-Widener diz que a pressão política sufoca a gestão da companhia aérea. A gestora confirma ainda que foram dadas indicações para que não se apresentassem publicamente os resultados da TAP. A CPI recebeu ontem dois e-mails enviados pelo ministério das Infraestruturas à TAP que confirmam isso mesmo.

“Têm aí a vossa resposta”, diz Widener. “Sei que eu não sou fluente em português, mas sei que o ministério das Infraestruturas e Habitação estava alinhado com o das Finanças”, acusa.

Sobre a atenção e escrutínio à gestão da TAP, bem como a instrumentalização política, a gestora diz que “toda a gente quer criticar. A pressão política e mediática tornam difícil para mim e para a minha equipa trabalhar diariamente”.

18h44 CEO reuniu com grupo parlamentar do PS antes da audição de janeiro

O calendário da CEO da TAP tem uma entrada, a 17 de janeiro: “Reunião preparatória com o GPPS sobre a audição à senhora PCE TAP”. O evento foi evidenciado pela Iniciativa Liberal (IL). A reunião de facto aconteceu, confirma Christine Ourmières-Widener.

Sobre se houve uma combinação das perguntas e respostas, a CEO diz que “não se recorda”, mas que o objetivo da reunião era esclarecer questões sobre o processo de despedimento de Alexandra Reis. “Não fiz qualquer julgamento sobre esta reunião”, acrescenta.

Ainda sobre uma potencial falha ética, ao reunir com o partido do Governo, a gestora salienta que não é política, nem tem de entender de política, e que é para esses pormenores e idiossincracias que tem contratada assessoria jurídica.

18h35 Alexandra Reis travou contratação de empresa ligada ao marido da CEO, diz Chega

O deputado Filipe Melo confrontou a CEO da companhia aérea sobre a possibilidade de a cisão com Alexandra Reis ter começado após esta ter bloqueado a contratação de serviços da Zanma, empresa ligada ao marido de Ourmières-Widener.

A CEO defende-se dizendo que nunca houve contratos entre a Zanma e a TAP e que o assunto “ficou encerrado”. Mais, a responsável da transportadora diz que os serviços tecnológicos não recaíam sob a alçada das compras, pasta de Alexandra Reis, mas sim da área de operações e reitera que nunca se envolveu no processo.

Os artigos 22.º e 23.º do Estatuto do Gestor Público proíbem a existência de relação comercial direta com familiares de gestores da TAP.

18h28 Hugo Mendes autorizou indemnização com ‘luz verde’ de Pedro Nuno Santos (Lusa)

A presidente executiva da TAP disse hoje que recebeu uma mensagem de Hugo Mendes, em 2 de fevereiro de 2022, a informar que Pedro Nuno Santos autorizava a indemnização a Alexandra Reis e a pedir que fechasse o acordo.

“No dia 2 de fevereiro de 2022 […], recebi uma mensagem de Hugo Mendes [então secretário de Estado] a informar que o ministro [Pedro Nuno Santos] autorizou”, e onde pediu que “fechasse o acordo”, afirmou Christine Ourmières-Widener, que está a ser ouvida na comissão de inquérito da TAP.

18h18 CEO não confirma que CFO soubesse do valor da indemnização

Ainda em resposta ao CH, sobre um eventual envolvimento do administrador financeiro da TAP, Gonçalo Pires, negado a semana passada pelo próprio, a CEO diz que não consegue confirmar “que ele soubesse do valor”.

Confrontada com a versão dos factos apresentada por Gonçalo Pires, que diz que houve apenas “uma conversa informal” sobre o processo de saída, Widener contraria a narrativa do CFO e remete para as mensagens trocadas com o próprio. “Isso é visível na resposta que dei à Direção-Geral do Tesouro”, salienta.

E mais, diz: várias pessoas, tanto no Conselho de Administração como no departamento jurídico da companhia aérea, estavam a par do processo “negociado de boa fé” porque “ninguém imaginou que isto seria visto como um processo potencialmente ilegal”.

18h10 CEO da TAP diz que mantém uma “boa relação” com Medina

Em resposta ao deputado do Chega (CH) Filipe Melo, Christine Ourmières-Widener diz que a sua relação com o atual ministro das Finanças “é boa”. “Tivemos oportunidade de falar quando ele tomou posse e falámos da estratégia e do plano de reestruturação da TAP”, adianta. “Temos uma boa relação, a meu ver”.

A CEO diz ainda que nunca falou com João Leão, nem com Medina, sobre a saída de Alexandra Reis. Não quer comentar a progressão de carreira da ex-administradora, que seguiu para a NAV antes de ir para o Governo.

18h07 “Fui demitida ilegalmente. Sou um bode expiatório”

“Eu não tomei qualquer decisão relevante”, diz Christine Ourmières-Widener, que apenas terá “intermediado a negociação” entre o Ministério das Infraestruturas e Habitação e César Esteves.

A CEO da TAP diz que desconhecia que o ministério liderado por Pedro Nuno Santos estava a agir sem cumprir os passos exigidos para autorizar o pagamento a Alexandra Reis. “Não sabia que o Ministério das Infraestruturas e Habitação não estava alinhado com o Ministério das Finanças, porque sempre se alinharam quando era necessário”, sublinha.

“Sou apenas um bode expiatório e fui demitida, ao vivo na televisão, por dois ministros, num ato ilegal. E continuo em função, sem qualquer orientação”, atira.

https://jornaleconomico.pt/noticias/ceo-da-tap-explica-indemnizacao-atribuida-a-alexandra-reis-veja-em-direto-1014818

18h01 Intenção de afastar Alexandra Reis foi comunicada a Manuel Beja e Gonçalo Pires

A presidente da TAP confirma que houve comunicações trocadas com o chairman e o CFO da TAP, Manuel Beja e Gonçalo Pires, sobre a intenção de negociar a saída da administradora. Os dois foram informados desse arranque de processo logo em fevereiro, garante.

Mais, Christine Ourmières-Widener diz que o valor limite de meio milhão de euros terá sido indicado pelo secretário de Estado, Hugo Mendes, em resposta ao pedido de 630 mil euros, que terá sido considerada por Pedro Nuno Santos como sendo “muito alto”, acrescenta.

17h49 “Não foi pessoal”

A CEO da TAP explica que o afastamento de Alexandra Reis “não foi pessoal”, mas sim uma questão de “desalinhamento” da antiga administradora com a estratégia da companhia aérea.

Na sua intervenção, Christine Ourmières-Widener diz que vem “restabelecer os factos” da sua relação com a tutela, enquanto CEO da TAP. Widener diz que as suas comunicações com o governo foram maioritariamente entre Hugo Mendes e Pedro Nuno Santos, esclarecendo que o contacto com o ministério das Finanças não era tão imediato.

Sobre Alexandra Reis, a presidente executiva demissionária diz que o projeto de futuro da TAP, abordado com a administração, não era compatível com a administradora.

17h43

Christine Ourmières-Widener deu entrada acompanhado pelos advogados Paulo Cunha e Sá e Inês Arruda, ambos especializados em direito criminal e laboral, respetivamente.

A CEO da TAP prossegue numa apresentação sobre a sua relação pessoal com a companhia e com a tutela.

17h30

Boa tarde. Estaremos a acompanhar a audição da CEO demissionária da TAP, Christine Ourmières-Widener, na Comissão Parlamentar de Inquérito à tutela da gestão política da companhia aérea.

A ainda líder da transportadora portuguesa, que tem saída prevista no início deste mês, vai responder aos deputados, entre outros assuntos, sobre a polémica indemnização de 500 mil euros paga à antiga administradora e ex-secretária de Estado Alexandra Reis. Foram já ouvidos nesta comissão o Inspetor-Geral de Finanças, que assinou o relatório que ditou a decapitação da administração da empresa, e o atual CFO da TAP, Gonçalo Pires.

A audição tem arranque marcado para as 17h30 e será transmitida pela AR TV.

Recorde aqui todos os contornos que têm marcado o futuro da TAP.

 

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