Governo revê em alta estimativa da inflação para 5,1% em 2023

O Governo estima que a inflação vai atingir 5,1% este ano. Esta projeção consta do Programa de Estabilidade, que será entregue esta segunda-feira em Bruxelas, e representa uma revisão em alta face ao cenário macroeconómico incluído no Orçamento do Estado para 2023. Aos jornalistas, o ministro das Finanças explicou que a partir de abril deverá haver uma “descida significativa” da inflação e admitiu mesmo que poderá haver deflação (isto é, recuo dos preços) em certos produtos.

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“Relativamente à inflação em 2023, fazemos uma correção de 4% para 5,1%”, anunciou Fernando Medina, na conferência de imprensa de apresentação do Programa de Estabilidade relativa ao período de 2023 a 2027.

O governante detalhou que já a partir deste mês a inflação deverá recuar de modo considerável, numa altura em que, por exemplo, os custos das matérias-primas têm encolhido, o que impacta os preços ao consumidor.

De notar que abril é também o mês de chegada ao terreno da redução do IVA para 0% num cabaz de produtos alimentares considerados essenciais, o que poderá contribuir para a redução dos preços. Fernando Medina prevê, neste âmbito, um “impacto de 0,2% para a inflação”.

Fernando Medina sublinhou, assim, que o cenário regista um “sentido geral positivo”, com a “inflação a diminuir de forma gradual e consistente”. “Não significa diminuição de preços”, ressalvou, contudo, o ministro. “Significa um aumento mais lento”, indicou.

Mas reconheceu que em vários bens não está excluída uma redução efetiva dos preços, nos próximos meses.

No que diz respeito aos próximos anos, o Governo vê a inflação a recuar de forma gradual. No Programa de Estabilidade, aponta para uma taxa de 2,9% em 2024, 2,1% em 2025, 2% em 2026 e 2% em 2027.

No documento que será entregue esta segunda-feira em Bruxelas e no Parlamento português, o Governo decidiu também rever em alta a previsão do crescimento económico, assente numa maior dinâmica do comércio internacional, o que também permitirá atingir um rácio de dívida e um défice mais baixos no final de 2023.

Atualizada às 12h59