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“Finanças são ‘garrote’ no que diz respeito à saúde em Portugal”, acusa Maria de Belém Roseira

A antiga ministra da Saúde marcou presença na conferência “O Futuro das Neurociências”, organizada pelo JE e Biogen Portugal, e deixou fortes críticas ao executivo e especificamente ao Ministério das Finanças, que acusou de ser o “garrote” no que diz respeito ao investimento em investigação em saúde em Portugal.
9 Maio 2023, 11h11

Maria de Belém Roseira, antiga ministra da Saúde, acusou esta terça-feira o Ministério das Finanças de ser “garrote” no que diz respeito à saúde em Portugal, no âmbito da conferência “O Futuro das Neurociências”, organizada pelo JE e Biogen Portugal e que está a lugar no CCB.

O JE e a Biogen Portugal promovem esta terça-feira, 9 de maio, em Lisboa, a conferência “O Futuro das Neurociências”, uma iniciativa que tem lugar no Centro Cultural de Belém e que visa debater os desafios e oportunidades associados à saúde do cérebro em Portugal.

No painel subordinado ao futuro das neurociências, em que foram abordadas também as maiores dificuldades à investigação da saúde em Portugal, a antiga ministra da Saúde apontou uma das grandes barreiras: “Finanças são garrote no que diz respeito à saúde em Portugal e defendo que esta entidade da tutela deve ser convidada para este tipo de eventos”.

Maria de Belém Roseira, que foi ministra da Saúde entre 1995 e 1999, considerou ainda que “faltam cadernos reivindicativos para o desenvolvimento da investigação em saúde em Portugal”. A jurista, que concorreu também à Presidência da República, considerou ainda que “a investigação em ciência é boa para a economia e isso devia ser óbvio para todos”.

Ainda sobre os constrangimentos relativamente à burocracia que dificulta à realização dos ensaios clínicos em Portugal, Rita Lau Gomes, diretora médica da Biogen Portugal, revelou que Portugal é o país em que os tempos de aprovação para a realização deste estudos são os maiores a nível europeu. “Portugal é o país em que os tempos de aprovação de ensaios clínicos é o maior da Europa. Quando competimos com outros países, acaba por ser difícil argumentar para trazer alguns ensaios clínicos para Portugal”, explicou esta especialista.

“Como não há tempo dedicado à investigação e há prioridades que surgem a seguir, isso acaba por ser constrangedor para nós enquanto empresa de agarrar novos ensaios”, realçou Rita Lau Gomes.

Atualizada às 11h42

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