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Moedas: “Trato qualquer unicórnio que venha a Lisboa como se fosse um cliente muito importante”

O autarca diz que Lisboa tem de ser “uma cidade aberta” aos unicórnios. À margem da Web Summit, anunciou que já atraiu oito unicórnios “internacionalmente reconhecidos”, que considera um grande feito para um ano de mandato e mantém a meta de 100 milhões de euros até 2024.
2 Novembro 2022, 12h07

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, diz que a capital tem de trabalhar para se tornar (ainda) mais atrativa para os gigantes tecnológicos — não só para os unicórnios. Numa conferência de imprensa na Web Summit, que decorre ao longo desta semana no Parque das Nações, o autarca sublinhou que é urgente tornar Lisboa “numa cidade aberta” e define este momento, dias após o lançamento da Unicorn Factory Lisboa, como “muito importante”.

“Lisboa estava muito focada nas startups e nós queremos focar-nos nas scaleups”, começou por dizer o autarca, recordando os jornalistas presentes de que a Unicorn Factory foi desenvolvida ao longo de um ano, naquilo que considera “um projeto muito central para a CML, um trabalho muito completo”.

Este processo, diz, não foi fácil de “vender”, mas anuncia que Lisboa já atraiu “oito unicórnios internacionalmente bem conhecidos que decidiram vir para ou montar um escritório em Lisboa”. “É um grande feito para um ano”, sublinha, sem adiantar quais são as gigantes tecnológicas a instalar-se na capital.

“Um cliente muito importante”

Reagindo à informação avançada pelo Jornal Económico na passada sexta-feira, de que a Unicorn Factory já teria angariado mais de 30 milhões de euros em capital de risco, Carlos Moedas diz que este “é um ponto de começo de algo novo”.

Com estes programas — dos quais apenas dois lançam já este ano — as startups “vão ter mais fundos, mais contactos diretos com os unicórnios”, garante ainda.

“Para vos dar uma ideia”, diz ao JE, “vamos multiplicar por seis o valor que o município está a investir” na Unicorn Factory Lisboa.

Quanto ao capital angariado, explica que “vem de muitos doadores do sector privado, que entram não só com dinheiro mas com insight. São pessoas que conseguem ajudar. É menos sobre o valor [angariado] e mais sobre criar um processo que permite às empresas entrar nestes programas”.

“A minha ambição é que [a Unicorn Factory] seja muito maior do que isso”, referindo-se a cerca de 100 milhões de euros. Mas isso, considera, “depende das empresas tecnológicas”.

“Eu trato qualquer unicórnio que venha a Lisboa como se fosse um cliente muito importante. Nem é preciso ser um unicórnio; qualquer tecnológica grande que venha e queira ficar em Lisboa, isso é importante porque [estas empresas] criam muitos empregos”, diz em resposta ao JE. “Um presidente da Câmara de sucesso é alguém que consegue atrair estas empresas”, destaca.

“A Web Summit faz parte do ecossistema e só assim conseguimos reter talento em Lisboa. Lisboa tem de ser uma cidade aberta”, salienta.

Meta de 100 milhões mantém-se

Já Gil Azevedo, que fica à frente da Unicorn Factory Lisboa, mantém o objetivo noticiado pelo JE. “Começamos agora com 35 milhões de euros por ano, mas vamos chegar aos 100 milhões por ano. Uma meta é uma meta, e eu estou muito confiante nesta meta”, considera.

O responsável recordou ainda que a Unicorn Factory vai apoiar quase o dobro das startups que a StartUp Lisboa conseguia apoiar por ano — 80.

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