Os jogadores da seleção iraniana ficaram em silêncio quando se ouviu o hino nacional do Irão na estreia daquele país no Campeonato do Mundo, que se realiza no Qatar. Momentos antes do início da partida frente à Inglaterra, os atletas uniram-se, naquilo que está a ser analisado por todo o mundo como um protesto contra a atuação do governo do seu país.
De acordo com o “The Guardian”, ao redor dos jogadores também se manifestaram os adeptos da seleção que estiveram presentes no estádio. Ao longo de todo o hino, foi bastante audível um coro de assobios, acompanhado com mensagens escritas em cartões, que pediam “liberdade” para as mulheres no Irão. Foi ainda entoado o nome de Ali Karimi, antigo futebolista e treinador iraniano que se mostrou a favor dos protestos e chegou a pedir à população que tomasse as ruas, contra as ordens das autoridades daquele país.
A agência de notícias governamental iraniana “Fars” não mencionou o protesto em toda a extensa cobertura que fez da partida. Os ingleses acabariam por vencer (6-2) e a imprensa iraniana descreveu a primeira metade do jogo como uma humilhação para a equipa, relata o “The Guardian”.
As manifestações continuam com grande intensidade no Irão, sendo marcadas por pedidos de liberdade que contrastam com a ação dos militares, que procuram travar as ações. Vários relatos indicam, por exemplo, 11 mortes na região de Mahabad no último fim de semana, com as forças da autoridade a usar equipamento militar pesado, incluindo veículos armados que têm disparado para edifícios. Grupos de defesa dos Direitos Humanos indicam que já terão morrido mais de 450 pessoas desde o início dos protestos, que começaram com a morte de Mahsa Amini, mulher de 22 anos que foi presa por não usar uma hijab antes de perder a vida quando estava sob custódia policial.
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