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Mundial 2022. Jogadores do Irão não entoaram hino em protesto contra a situação no país

Também se manifestaram os adeptos da seleção que estiveram presentes no estádio. Ao longo de todo o hino, foi bastante audível um coro de assobios, acompanhado com mensagens escritas em cartões, que pediam “liberdade” para as mulheres no Irão.
21 Novembro 2022, 18h53

Os jogadores da seleção iraniana ficaram em silêncio quando se ouviu o hino nacional do Irão na estreia daquele país no Campeonato do Mundo, que se realiza no Qatar. Momentos antes do início da partida frente à Inglaterra, os atletas uniram-se, naquilo que está a ser analisado por todo o mundo como um protesto contra a atuação do governo do seu país.

De acordo com o “The Guardian”, ao redor dos jogadores também se manifestaram os adeptos da seleção que estiveram presentes no estádio. Ao longo de todo o hino, foi bastante audível um coro de assobios, acompanhado com mensagens escritas em cartões, que pediam “liberdade” para as mulheres no Irão. Foi ainda entoado o nome de Ali Karimi, antigo futebolista e treinador iraniano que se mostrou a favor dos protestos e chegou a pedir à população que tomasse as ruas, contra as ordens das autoridades daquele país.

A agência de notícias governamental iraniana “Fars” não mencionou o protesto em toda a extensa cobertura que fez da partida. Os ingleses acabariam por vencer (6-2) e a imprensa iraniana descreveu a primeira metade do jogo como uma humilhação para a equipa, relata o “The Guardian”.

As manifestações continuam com grande intensidade no Irão, sendo marcadas por pedidos de liberdade que contrastam com a ação dos militares, que procuram travar as ações. Vários relatos indicam, por exemplo, 11 mortes na região de Mahabad no último fim de semana, com as forças da autoridade a usar equipamento militar pesado, incluindo veículos armados que têm disparado para edifícios. Grupos de defesa dos Direitos Humanos indicam que já terão morrido mais de 450 pessoas desde o início dos protestos, que começaram com a morte de Mahsa Amini, mulher de 22 anos que foi presa por não usar uma hijab antes de perder a vida quando estava sob custódia policial.

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