“A Guiné-Bissau está a viver um momento de grande estabilidade, estamos a testemunhar isso, e é uma situação também avaliada pelos próprios empresários, pelos cabo-verdianos, guineenses”, afirmou à Lusa, Jorge Santos, ministro das Comunidades cabo-verdiano.
Jorge Santos falava em Bissau, onde chegou na quinta-feira para uma visita, que vai decorrer até domingo.
“A situação é muito propícia para o relançamento das relações de proximidade e familiaridade, é um país irmão, onde nós temos também uma cumplicidade histórica grande para fazer as coisas acontecerem, e o setor empresarial, as relações económicas e financeiras são determinantes”, salientou o ministro das Comunidades cabo-verdiano.
Segundo o ministro, não só serão criadas a curto prazo ligações de transporte marítimo e aéreo, mas também vão ser relançadas atividades empresariais com a comunidade cabo-verdiana na “interface dessas relações”.
“Isso tem levado os nossos governos a dialogar para relançar a cooperação na área agrícola, promovendo empresas agrícolas e o investimento no setor agrário, empresas com empresários cabo-verdianos e guineenses ou em conjunto, pensando não só no mercado da Guiné-Bissau, mas também no cabo-verdiano”, afirmou.
Explicando que Cabo Verde tem cerca de um milhão de turistas por ano e que o país tem de importar muitas vezes alimentos da Europa e da África do Sul, o ministro defendeu o desenvolvimento agrícola na Guiné-Bissau a “dois passos” do seu país.
“Portanto, é produzir com qualidade, estabelecer as cadeias logísticas necessárias, principalmente num momento em que estamos a viver uma crise mundial alimentar”, disse.
“Essas relações sul-sul e de dois países que distam praticamente uma hora de transporte aéreo é determinante nessas relações e por isso é que estamos aqui em contacto com a comunidade e com as autoridades guineenses”, salientou.
Segundo o ministro, as pessoas estão “cansadas de anúncios, querem ter ações e essa é a responsabilidade desta geração”.
O ministro salientou também que o Governo cabo-verdiano já criou incentivos fiscais e facilidades para a diáspora empresarial e um ecossistema de promoção empresarial.
Em relação à comunidade guineense residente em Cabo Verde, o ministro disse que este ano já conseguiram legalizar a maioria da comunidade guineense, ou seja, cerca de 3.000 pessoas e que o processo vai continuar.
Jorge Santos reuniu-se esta sexta-feira com as autoridades guineenses e com a comunidade cabo-verdiana residente na Guiné-Bissau. Hoje sábado fará uma visita à cidade de Canchungo.
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