O Dia Nacional do Cientista, que esta terça-feira, 16 de maio, se assinala, traz a Lisboa docentes, investigadores, bolseiros e trabalhadores científicos de todo o país, do público e do privado, para um grande protesto nacional.
Apontam o dedo à “política de desresponsabilização do Estado”, à “persistência da precariedade” na Ciência e ao “contínuo desinvestimento” do Governo no Ensino Superior e no sistema científico e tecnológico.
E viram-se para a ministra Elvira Fortunato, cientista e professora de profissão: “É preciso combater a precariedade não só para dignificar a profissão, a vida dos trabalhadores científicos, mas também a ciência que fazemos”, afirma Bárbara Carvalho, presidente da Associação dos Bolseiros de Investigação Científica.
Ingresso e imediato de trabalhadores que há décadas estão em precariedade, revogação do estatuto do Conselho de Investigação Científica, substituição de todas as bolsas por contratos de trabalho e atualização das bolsas de investigação são alguns dos pontos do caderno reivindicativo.
Paulo Granjo, dirigente do Departamento do Ensino Superior e Investigação da FENPROF, alerta para “a ameaça de despedimento generalizado de quase 3 mil investigadores ao longo dos próximos anos, se não forem lançados os concursos de carreira necessários ao desempenho das suas funções”.
Já, Artur Sequeira, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, adianta que a carreira de investigação científica existe, mas não está a ser aplicada.
“É necessário que o governo assuma claramente a necessidade de investimento na área da Ciência, designadamente nos Laboratórios do Estado, para que estes possam cumprir o seu papel constitucional de contribuir para o desenvolvimento económico do país”, sublinha.
O protesto junta organizações de bolseiros, investigadores, e sindicatos de todo o país. A saber: Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC), FENPROF, Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, investigadores da FCUL, LUPA – LAQV & UCIBIO Postdoctoral Association, ITQB Post Doctoral Association, Núcleo de Investigadores do Instituto Superior Técnico, Núcleo de Bolseir@s, Investigador@s e Gestor@s de Ciência da NOVA FCSH, Núcleo de Investigadores do ISCTE e a Rede de Investigadores Contra a Precariedade Científica.
A jornada de luta conta também com o apoio do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis, Organização dos Trabalhadores Científicos, Comité de Pós-docs do Instituto Gulbenkian de Ciência e Universidade Comum.
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