O secretário de Estado da Saúde disse esta terça-feira que o Governo está empenhando no combate à desigualdade com políticas de prevenção da doença, nomeadamente na área do cérebro.
“As neurociências são um mundo em permanente desafio e inovação. Estamos cientes dos desafios associados ao presente, mas projetados na melhoria do nosso futuro”, referiu Ricardo Mestre, na conferência “O Futuro das Neurociências”, promovida pelo Jornal Económico e a Biogen.
O governante começou a sua intervenção com uma frase de William Shakespeare – “O passado e o futuro parecem-nos sempre melhores e o presente sempre pior” – para destacar que o Serviço Nacional de Saúde (SNS), ao longo das últimas décadas, tem estado ao serviço de todos os portugueses, independentemente da zona geográfica do país em que se encontram ou da sua condição económica.
“Sou otimista e acredito muito no presente para deixar reflexões (…). Temos de perceber onde estamos hoje. Em 2022, o SNS teve mais de 53 milhões de contactos e 14,5 mil milhões de euros de despesa autorizada”, realçou, na sessão que decorre no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, para debater os desafios e oportunidades associados à saúde do cérebro em Portugal.
Para o secretário de Estado da Saúde, o SNS tem introduzido o que de melhor se faz em termos de inovação e conseguido endereçar os desafios, num contexto de população em envelhecimento acelerado. “A reforma do SNS é uma tarefa que tem de envolver todos, apelar ao conhecimento e com balizas claras”, alertou, neste encontro no CCB. “Não posso deixar de destacar o trabalho das farmacêuticas nesta inovação e acesso às novas tecnologias”, acrescentou.
Até porque, na sua opinião, “é preciso ter políticas direcionadas para os principais desafios coletivos”, entre os quais está a promoção da saúde mental. “É uma prioridade do Ministério da Saúde para concretizar reformas. Temos um plano até 2026 e sabemos que é preciso recuperar tempo que se perdeu lá atrás”, reconheceu a propósito de pastas que ficaram na gaveta em legislaturas anteriores.
Ricardo Mestre fez ainda referência ao facto de o SNS estar a reorganizar a oferta e o Executivo a preparar o novo ciclo orçamental, bem como o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ter alocados diversos investimentos na saúde mental, nomeadamente a criação de 40 novas equipas, com técnicos, terapeutas, médicos, enfermeiros e psicólogos, para cobrir todo o país.
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