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DBRS avisa que vai cortar rating se EUA entrarem em falência

O prazo final aproxima-se. Um de junho é considerada a data-X em que a maior economia mundial fica sem dinheiro no cofres para pagar aos seus credores. Duas das quatro maiores agências de rating já colocaram a dívida dos EUA sob vigilância.
25 Maio 2023, 12h54

A DBRS colocou o rating norte-americano sob “revisão com implicações negativas”, devido ao risco do Congresso “falhar em aumentar ou suspender o teto da dívida atempadamente. Se o Congresso não agir, o Governo federal dos EUA não vai ser capaz de pagar todas as suas obrigações”.

“O preciso momento de quando o governo federal vai ficar sem dinheiro disponível, a chamada data-X, ainda é incerta. Contudo, a secretária do Tesouro Janet Yellen reiterou o seu aviso a 22 de maio que a data-X pode acontecer a 1 de junho”, acrescentou.

A agência de notação financeira aponta que, tendo em conta os dados mais recentes do Tesouro, acredita ser “razoável assumir que a data-X pode chegar nas próximas semanas ou dias”.

A agência canadiana – uma das quatro maiores a nível mundial – ainda espera que o “Congresso aumente o teto da dívida antes de o Tesouro ficar sem recursos disponíveis”, mas considera que existe um “risco de inação do Congresso à medida que a data-X fica mais próxima”.

A DBRS considera que qualquer “pagamento falhado, seja um reembolso, seja de juro, é um incumprimento”. Se tal acontecer, o rating dos EUA vai descer para “Selective default” do nível atual de AAA, o mais elevado.

Desta forma, a agência avisa que vai ter lugar uma descida de rating se, o Tesouro norte-americano falhar o pagamento a tempo das suas obrigações com dívidas; se existir uma probabilidade elevada de tensão contínua sobre o teto da dívida num clima de grande polarização política em Washington.

Pelo contrário, mantém o rating em AAA se o teto da dívida for aumentado a tempo e horas, e os riscos de tensão sobre este tema em Washington continuarem baixos no curto prazo.

Recorde-se que a agência de notação Fitch já tinha lançado ontem o primeiro aviso, colocando os EUA em “observação negativa”, apesar de manter o rating intacto neste momento.

“O corte nas perspetivas reflete um partidarismo político exacerbado que impede de chegar a uma resolução para aumentar ou suspender o limite da dívida, apesar do facto de que a data a partir da qual o Tesouro dos EUA esgotará a sua posição de caixa e a sua capacidade de tomar medidas extraordinárias sem incorrer em nova dívida está a aproximar-se rapidamente”, segundo a análise da agência.

Contudo, a agência mantém o seu otimismo, para já. “Não pensamos que haja um cenário em que ultrapassemos a data-X e o pagamento de juros falhe. Se acontecer, obviamente que vamos ter de mudar a nossa opinião sobre o rating. Se estivéssemos menos confiantes, teríamos mudado a nossa perspetiva para negativa”, disse à “CNN” William Foster da Fitch.

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