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Eleições em Espanha: Sánchez anuncia legislativas antecipadas para 23 de julho (com áudio)

A derrota dos socialistas espanhóis em todas as frentes das eleições de domingo foi assumida pelo chefe do governo, que decidiu não esperar por dezembro e avançar com eleições antecipadas. É mesmo o fim do ciclo socialista.
29 Maio 2023, 10h36

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, anunciou a dissolução do parlamento e a antecipação das eleições legislativas nacionais para 23 de julho, na sequência da derrota dos socialistas nas regionais e municipais de domingo. As repercussões da derrota deste domingo não se fizeram esperar: o Partido Popular (PP) foi a formação mais votada, com os socialistas a perderem várias cidades importantes.

O mapa regional e autárquico de Espanha deixou de ser dominado pelos socialistas e o PP reivindicando o início de um “novo ciclo político” no país. A decisão do chefe do governo indica que os socialistas aceitam tacitamente esta posição.

À frente do governo nacional desde 2018, o PSOE liderava os executivos regionais de nove das 12 regiões autónomas que tiveram eleições no domingo e, no final da contagem dos votos, tinha perdido mais de metade, conservando apenas quatro: Astúrias, Canárias, Castela La Mancha e Navarra.

O PP, que só governava duas das regiões que no domingo foram a votos (Madrid e Múrcia), poderá ficar a liderar oito, a que se juntam Andaluzia e Castela-Leão, que anteciparam para 2022 as eleições e que o Partido Popular também ganhou.

A vitória do PP só ficou ensombrada pelo facto de não ter vencido com maioria absoluta em todas as regiões, o que faz com que vá depender em alguns casos do apoio da extrema-direita do Vox, como já sucedia antes em alguns municípios, para conseguir governar. Extremadura, Aragão ou Baleares são alguns desses lugares. Recorde-se que o Vox entrou pela primeira vez num governo em Espanha em 2022, em Castela-Leão, coligado com o PP – o que abriu portas desde logo à solução das coligações entre a direita conservadora e os radicais do mesmo espectro político.

Nas eleições municipais, que se realizaram em todo o país, o PP foi também o partido globalmente mais votado, tendo conseguido uma maioria absoluta na capital espanhola, Madrid, e conquistou à esquerda grandes cidades como Sevilha e Valência. Tal como em algumas regiões, o PP também vai depender do Vox para governar alguns municípios.

A esquerda teve ainda uma derrota em Barcelona, que governava com uma coligação de várias forças e movimentos desde 2015. O partido independentista de direita Juntos pela Catalunha (JxCat), de Carles Puigdemont, ganhou, embora sem uma maioria que garanta a liderança da autarquia. Barcelona pode assim regressar à circunstância de o maior partido não conseguir formar governo – como sucedeu já com o Ciudadanos.

O PP venceu ainda as eleições nas cidades autónomas de Ceuta e Melilla (no Norte de África).

Citado pela agência Lusa, o líder do PP, Alberto Núñez Feijóo, reivindicou a vitória clara nas eleições, considerando-as o início de “um novo ciclo político” no país, que tem legislativas nacionais dentro de seis meses, em dezembro.

Quem também reivindicou vitória foi o Vox, tanto nas regionais, onde aumentou a representação nos parlamentos autonómicos, como nas municipais, onde alcançou 7,19% dos votos globais (tinha tido 3,56% nas autárquicas anteriores).

Para o líder do partido, Santiago Abascal, disse que o Vox “consolidou-se como projeto nacional” e como partido “absolutamente necessário” para construir uma alternativa à esquerda em Espanha.

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