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51 escolas públicas com nota negativa nos exames do secundário em 2022 (com áudio)

Dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência revelam que os alunos carenciados têm notas mais baixas e que as melhores médias são obtidas no norte do país.
16 Junho 2023, 01h01

Num grupo de 496 escolas secundárias 51 registaram média negativa nos exames nacionais do ensino secundário em 2022, o que corresponde a 10,3%. No ano anterior tinham sido 8,4%. O número aumentou.

Os dados são da Direcção-Geral de Estatíasticas da Educação e Ciência (DGEEC)e a análise foi realizada pela agência de notícias Lusa. Maioritárias, as escolas públicas são as que têm mais notas negativas. No grupo das 421 públicas, 45 chumbaram, por assim dizer. São 10,6% do total, o que é um número significativo. Já no universo dos 75 colégios privados destacam-se pela negativa seis.

Entre a escola pública e a privado há uma diferença nas notas que favorece o privado, mas mais uma vez tem de ser tomada a conta a dimensão do universo. No conjunto das 194.607 provas realizadas verificou-se uma diferença de 1,69 valores, na escala de zero a 20 a favor do privado. A média das públicas foi de 11,2 e a das privadas foi de 12,9.

Os dados da DGEEC colocam a região norte à frente da corrida. O distrito do Porto liderou em 2022 as notas dos exames com 12 valores, seguido de Viana do Castelo (anterior líder), com 11,8 valores. Braga, com 11,75 de nota, Viseu com 11,73 e Coimbra com 11,63 são os distritos que se seguem. Lisboa subiu três lugares face a 2021 ficando em 7.º lugar com quase 50 mil exames realizados e uma média de 11,5 valores.

Comparativamente ao ano anterior há a registar uma subida da média dos alunos dos Açores. Com 10,9 valores, as ilhas cedem o último lugar que tradicionalmente ocupam na tabela a Portalegre, que selou o ano com uma média de 10,85 valores. Setúbal com 10,75 e Beja com 10,78 são penúltimo e antepenúltimo.

A estatistica assinala igualmente uma diminuição da diferença entre as notas das raparigas e dos rapazes. Embora ainda na frente, as raparigas perdem terreno. A diferença foi de apenas 0,36 valores.

Os dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência revelam que a maioria dos alunos que realizou provas (84%) não beneficiou de Apoio Social Escolar (ASE) e também que as notas dos exames nacionais dos alunos carenciados é sempre mais baixa do que as dos restantes alunos.

Matemática A foi a disciplina com maior disparidade. A média dos alunos sem Ação Social Escolar (ASE) foi de 12,4 valores enquanto a dos beneficiários de escalão A foi de 10,6 valores (numa escala da 0 a 20 valores). Na disciplina de Físico-Química, a diferença situou-se nos em 1,5 valores. De referir que tanto Matemática como Fisíca são disciplinas fundamentais para quem quer estudar Medicina e Engenharia. 

No ensino básico, a realidade é a mesma. Os dados mostram que dos 93 mil estudantes do 9.º ano que fizeram as provas nacionais em 2022, a média dos não beneficiários de ASE foi mais elevada tanto a Matemática como a Português quando comparada com a dos colegas desfavorecidos economicamente. 

Os dados da DGEEC também mostram que há menos estudantes pobres a fazer exames nacionais desde que em 2020 os exames só são obrigatórios para quem pretende candidatar- se ao ensino superior.

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