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Grupo Wagner revolta-se e avança contra Moscovo. O que se passa na Rússia?

Vladimir Putin acusa o grupo Wagner de “traição”, falando de “deslealdade” contra o Estado e povo russo. Em conferência de imprensa, Putin falou em ataques contra o grupo paramilitar caso o líder Prigozhin não desista da rebelião.
24 Junho 2023, 09h31

O grupo Wagner tomou de assalto a cidade russa de Rostov contra as expectativas do Kremlin que contava ter o apoio incondicional militar.

Quase um ano e meio após a invasão da Ucrânia, fala-se de uma rebelião interna na Rússia que pode levar ao assassinato do líder do grupo paramilitares ou a confrontos em Moscovo.

O que se passa na Rússia?

A cidade de Rostov começou a ser invadida por forças militares ao dia de ontem. O grupo Wagner invadiu a cidade-chave para a invasão da Ucrânia, colocando um entrave à Rússia.

O grupo Wagner circula pelas ruas da cidade de Rostov em full display militar, tendo já tomado o controlo por inteiro da cidade e do aeródromo.

Além disso, o grupo Wagner assumiu também o controlo das instalações militares em Voronezh. “O exército passou para o lado do povo”, escreve o grupo paramilitares na rede social Telegram.

O que diz o Kremlin?

O governo russo está a par de toda a situação e rebelião por parte do grupo paramilitar. O presidente Vladimir Putin fala em “traição” por parte do líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, e admitiu que todos os que “participaram no motim serão punidos”. O presidente russo admitiu ainda que a situação na cidade de Rostov é difícil.

O Serviço Federal de Segurança da Rúsisa (FSB) já abriu um processo criminal contra Prigozhin, por o líder militar ter efetuado uma convocatória à rebelião armada contra o governo russo.

Qual a razão de Prigozhin apelar à rebelião? 

O líder do grupo Wagner já se tinha mostrado contra a guerra na Ucrânia, assumindo que o grupo tinha sido responsável por milhares de mortes. A gota de água deu-se agora, estando insatisfeito com a gestão da guerra e a acusação de vários membros do governo lucrarem com a invasão.

Yevgeny Prigozhin acusou também o Exército russo de lançar um ataque contra as suas forças paramilitares.

Qual o próximo passo?

O grupo Wagner já se encontrará a caminho de Moscovo, e a praça vermelha está em alerta para possíveis ataques e invasões.

O anúncio da deslocação colocou todas as forças russas em alerta máximo, especialmente depois de Progozhin ter apelado ao povo russo para um conflito armado.

Toda a segurança foi reforçada em redor dos edifícios governamentais. Agências internacionais dizem que é visível um forte equipamento militar no centro de Moscovo, especialmente no Ministério do Interior e no Kremlin.

Quem está de olho na situação?

Vários governos mundiais estão de olhos postos na Rússia. O primeiro governo a pronunciar-se foi o americano, com a Casa Branca a revelar estar a inteirar-se e a acompanhar toda a situação na Rússia.

Posteriormente, também o executivo de Emmanuel Macron se pronunciou, seguindo-se a vez do governo alemão de Olaf Scholz admitir que também está a acompanhar a situação “atentamente”.

O presidente polaco, Andrzej Duda, assumiu na rede social Twitter que já falou com os aliados, com o primeiro-ministro e Ministério da Defesa da Polónia, assumindo acompanhar a situação de forma contínua

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