Um aumento da penetração das empresas de recrutamento no mercado de trabalho português poderia diminuir o número de portugueses em risco de pobreza ou exclusão social. A conclusão é de um estudo da Randstad, que foi divulgado esta segunda-feira.
“O papel mediador das empresas de recrutamento no mercado de trabalho pode agilizar a ligação das necessidades de talento das empresas aos profissionais adequados para satisfazê-las. Os níveis de emprego podem aumentar, as desigualdades podem ser reduzidas e podem avançar os níveis de desenvolvimento de algumas economias, que, em termos comparativos possuem já padrões de desenvolvimento adiantados”, sublinha a referida empresa de recursos humanos, na análise publicada esta manhã.
A Randstad realça, porém, que o cenário não é uniforme nos vários países da União Europeia, já que as taxas de penetração das empresas de recrutamento (isto é, a fatia de trabalhadores temporários a tempo inteiro no total da população em idade ativa) variam.
“Alguns países ultrapassam os 2%, enquanto que os que se encontram no final da fila têm taxas inferiores a 1%”, é salientando. Em Portugal, essa taxa está hoje fixada em 1,1%.
Ora, segindo a Randstad, neste estudo foi identificada uma correlação que indica que “a presença de um ponto a mais de penetração das empresas de recrutamento no mercado de trabalho é acompanhada por taxas de pobreza 2,96 pontos mais baixas”.
Tal significa que, em Portugal, se a taxa fosse de 2%, cerca de 306 mil pessoas poderiam ter oportunidade de sair de uma situação de risco de pobreza ou exclusão social.
Por outro lado, também no que diz respeito à igualdade de género, a Randstad identifica uma relação positiva. Isto “com a capacidade [das empresas de recrutamento] para agilizar o acesso ao emprego por parte de mulheres, o que lhes permite iniciar as carreiras profissionais mais cedo e progredir profissionalmente, podendo limitar as diferenças entre género nos mercados de trabalho europeus”.
Em Portugal, o aumento de um ponto percentual na participação do sector, poderia elevar o peso das mulheres nos cargos de alta gestão, a médio prazo, até 4,5%, avança o estudo.
Já no que diz respeito aos vencimentos, a Randstad nota que o coeficiente de Gini, indicador que mede a desigualdade na distribuição de rendimentos, fixou-se em 33 pontos em Portugal. Ora, a correlação identificada nesta análise “mostra que a maior participação de empresas do sector poderia reduzir esse indicador, uma vez que por cada ponto percentual adicional da presença do setor, este coeficiente é 2,7 pontos mais baixo”, remata a empresa de recursos humanos.
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