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NATO: Arte tenta convencer cimeira a aceitar a Ucrânia

Um labirinto em vidro onde está um televisor a transmitir imagens dos piores momentos da invasão russa da Ucrânia pretende ser uma demonstração performativa da necessidade de a NATO se deixar de pruridos.
Bucha, Ucrânia
10 Julho 2023, 13h10

Uma proeminente artista performática lituana, Monika Dirsytė, e uma ativista pública, Agnė Grigaliūnienė, vão apresentar esta tarde de segunda-feira uma performance colaborativa a que chamaram PAN/DEMOS e que tem por objetivo insistir com a cimeira da NATO, que tem início esta terça-feira em Vilnius, capital da Lituânia, para que abra as portas à Ucrânia.

O projeto é apoiado por uma série de pessoas e organizações e demonstra até que ponto os países do Báltico estão interessados em que a Ucrânia entre na NATO apesar de o país estar em plena guerra com a Rússia.

A apresentação acontece na Praça da Independência, o local – adjacente ao Parlamento – onde aconteceram as manifestações em massa pela independência da Lituânia e o enervante impasse na noite de 12 a 13 de janeiro de 1991, quando os tanques soviéticos tomaram a Torre de TV e ocuparam a sede da rádio.

O título da performance, PAN/DEMOS, refere-se a uma viragem no processo político rumo à democracia, referem as performers em comunicado. “Neste momento de turbulência global, a performance aborda temas muito delicados como isolamento, a segregação e realidade virtual”. Um labirinto de vidro encapsulando uma pessoa que luta por sua existência representa uma arena global do presente em que a nação da Ucrânia, ao lado de todos os países civilizados, está a resistir ao agressor alimentado pela brutalidade que busca diminuir e exterminar a noção de humanidade, refere o documento.

“Na procura de atrair a atenção do público para temas socialmente importantes, a arte torna-se uma arma poderosa. Especialmente a arte performática, que vai diretamente ao cerne da questão. Neste caso, Vilnius torna-se um coração fortemente pulsante, falando a língua dos humanos, falando sobre a segurança da humanidade, da nação, bem como de toda a Europa. Slava Ukraini!”, diz a artista Monika Dirsytė, citada pelo comunicado.

A Organização dos Produtores Ucranianos (OUP) fez parceria com os autoras da performance. Em março de 2022, sete conhecidos produtores de televisão ucranianos criaram a OUP para fazer documentários sobre a agressão militar russa e mostrá-los ao mundo.

As filmagens dos primeiros documentários da OUP feitos em 2022 são transmitidas num monitor instalado no interior do labirinto de vidro. Entre esses filmes estão histórias de sobreviventes da ocupação em Mariupol e na região de Kiev: Mariupol.Unlost Hope (dirigido por Max Lytvynov, Yuri Smetanin), Mariupol. Fury Makes Me Breathe (dirigido por Max Lytvynov, Yuri Smetanin) e How to Survive When You Are Being Killed (dirigido por Anton Shcherbakov, Kateryna Lysenko, Dmytro Plyuta).

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