O século XIX foi marcante para África, com a sua divisão entre as potências europeias – os próprios E.U.A. faziam a sua entrada em cena, atentos às matérias-primas e ao comércio, devido ao desenvolvimento que tiveram desde a Revolução Industrial.
Desde meados do século que Portugal despertara para a ameaça que representavam as expedições britânicas – Livingstone na zona dos Grandes Lagos e outras que se lhe seguiram –, o que levou à criação da Sociedade de Geografia de Lisboa, em 1875, e à organização da primeira expedição portuguesa, em 1877, da qual fizeram parte Hermenegildo Capelo, Roberto Ivens e Serpa Pinto.
É sobre esta figura fascinante, que já tinha viajado pela África Oriental, em 1869, que se debruça o estudo de Tomás Pinto Bravo, “Relações e Confidências das Expedições de Serpa Pinto — Estudo e Antologia da Correspondência Relativa às Campanhas de África (1876‑1890)”, editado pela Imprensa Nacional – Casa da Moeda.
Tendo como objectivo proclamar para si os territórios compreendidos entre as províncias de Angola e Moçambique (decisões que viriam a ser tomadas na Conferência de Berlim, em 1884-85 e depois desfeitas pelo Ultimato Britânico), Portugal necessitava mapear a região e proclamar uma ocupação histórica.
Contudo, Serpa Pinto (1846-1900) desentende-se dos seus companheiros de viagem e prossegue sozinho a travessia de costa a costa, feito que lhe granjearia honras de herói e traria prestígio a Portugal. Como prémio, viria a ser nomeado primeiro cônsul-geral em Zanzibar em 1885.
Eis a sugestão de leitura desta semana da livraria Palavra de Viajante.
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