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Ana Paula Bernardo reconhece “grande custo” do resgate da TAP

A deputada-relatora do relatório da CPI à TAP veio ao Parlamento defender o documento que assina. Rejeita o branqueamento de que é acusado o PS e diz que os documentos e factos estão todos à vista.
Partido Socialista
19 Julho 2023, 18h28

A deputada-relatora do relatório final da comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP, Ana Paula Bernardo, deu hoje um ponto final aos trabalhos, defendendo-se das acusações repetidas pelos partidos da oposição e reafirma que o relatório final que ficará agora publicado em Diário da República é inequívoco.

A socialista começou por dizer na sua intervenção em plenário, que marca também a última sessão legislativa, que assumiu os trabalhos com “rigor, fundamental” para chegar às conclusões que entendeu serem “claras, à luz de todas as provas a que tivemos acesso, e dentro do objeto que definimos para esta comissão”.

“Evidentemente, não tem as conclusões que muitos pretendiam. Diria até, as que alguns já tinham retirado antes de começarem os trabalhos”, acusa.

Sobre a existência ou não de ingerência política no seio da gestão da companhia aérea, diz que os factos relacionados com essa matéria “ao contrário do que muitos repetem, estão vertidos no relatório”, ainda que o documento não contemple todas as afirmações dadas por ex-administradores, como a ex-CEO, Christine Ourmières-Widener, o ex-chairman Manuel Beja e ainda Diogo Lacerda Machado.

A deputada do PS fala ainda de “consequências políticas já retiradas”.

“Rejeito (…) Além de esclarecer estas dúvidas, este relatório vai bem mais longe”, reitera Ana Paula Bernardo, que diz que foi possível “recuperar a confiança da gestão da TAP”.

“No ano de 2020 era mesmo necessário o Estado intervir na TAP”, acrescenta, lembrando que os contribuintes portugueses assumiram um “grande custo”: “Injetámos muito dinheiro na empresa (…) O custo de não o fazer seria muito maior”, crê a mesma, que lamenta que os partidos da oposição não tenham, nas suas palavras, contribuído para “uma postura crítica e construtiva”.

Ana Paula Bernardo reconhece que o relatório foi “aprovado com os votos favoráveis do PS, sim senhor” e essa, diz, “é uma questão” que deve obrigar a reflexão.

O relatório final, apreciado esta tarde em plenário, será agora publicado em Diário da República “ficando disponível para todos os portugueses”, tal como as audições e atas das reuniões, garante, deixando um último apelo aos deputados da Assembleia da República: “Leiam plenamente o relatório com toda a informação, com factos, com recomendações, com documentações, e informação que está nas mãos de todos os portugueses”.

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