Mutares empenhada em comprar a Efacec

A Mutares continua empenhada na compra da Efacec, segundo fonte próxima do processo.

A Mutares e a Parpública continuam muito empenhadas em cumprir as obrigações decorrentes do SPA (Share Purchase Agreement) e chegar ao closing, segundo a mesma fonte.

Há uma série de passos necessários para fechar o negócio de compra da Efacec, entre eles a aceitação de certas condições por parte dos bancos e obrigacionistas.

O Jornal Económico apurou que as discussões com os bancos estão a avançar de forma muito positiva, e que há uma predisposição à partida para apoiar o negócio daqui para frente, nomeadamente com operações de trade finance e de emissões de dívida da empresa.

Os bancos estão a ser construtivos e querem aceitar o haircut proposto pela Mutares, segundo a mesma fonte. São os obrigacionistas, detentores da emissão de 58 milhões de euros que vence em 2024, que representam o maior obstáculo. Fontes ligadas ao processo dizem que há obrigacionistas que estão a contar que o Estado continue a financiar a Efacec caso o negócio com a Mutares falhe.

O haircut de 50% da emissão de obrigações vai ser discutido na Assembleia de obrigacionistas de 7 de Agosto. A proposta de haircut vai ser levada à assembleia pela Parpública, que tem 71,73% da Efacec Power Solution.

Mas as mesmas fontes admitem que poderá ser inconclusiva se não houver uma tendência de voto definida. Nesse caso haveria um adiamento da votação.

A maior parte dos detentores dos títulos de dívida da Efacec são fundos espanhóis e há uma grande démarche por parte da Mutares em Espanha para convencer os fundos a aceitarem o haircut de 50% em nome da continuidade da empresa. Pois qualquer coisa abaixo disso teria como consequência direta a liquidação da empresa. Num cenário de liquidação/insolvência, os obrigacionistas receberiam 0% sobre seu investimento, refere fonte próxima do negócio.

Segundo uma apresentação enviada aos obrigacionistas, a Mutares pretende investir 15 milhões em Portugal.

A situação financeira da Efacec é periclitante e a venda à Mutares é decisiva para evitar a falência da empresa.