A fabricante automóvel alemã Volkswagen vai adquirir uma participação de 4,99% da marca chinesa Xpeng, por 630 milhões de euros, visando o desenvolvimento conjunto de veículos elétricos, anunciaram hoje as empresas.
A Volkswagen e a Xpeng querem “forjar uma aliança estratégica de longo prazo e mutuamente benéfica”, disse a fabricante chinesa, num comunicado enviado à bolsa de valores de Hong Kong, onde está cotada.
O documento indicou que as marcas vão desenvolver em conjunto dois modelos elétricos para o mercado chinês, que devem começar a ser produzidos em 2026.
“Isto vai permitir que o Grupo Volkswagen expanda a sua posição na China, explore novos segmentos de clientes e traga novos veículos elétricos inteligentes e totalmente conectados para o mercado mais rapidamente”, explicou o chefe da empresa alemã na China, Ralf Brandstätter, através da rede social LinkedIn.
O presidente e diretor executivo da Xpeng, He Xiaopeng, afirmou que as duas empresas “vão juntar forças altamente complementares”.
“Vamos partilhar tecnologias no setor dos veículos inteligentes e capacidades de ‘design’ e engenharia de classe mundial e aprender um com o outro”, disse.
As ações da Xpeng, considerada uma das principais rivais da Tesla na China, dispararam quase 33% na bolsa de valores de Hong Kong, durante a sessão da manhã.
O jornal de Hong Kong South China Morning Post indicou ainda que a Audi, uma das marcas do Grupo Volkswagen, também assinou um acordo para formalizar a aliança com a fabricante chinesa SAIC, com vista a aumentar o portefólio elétrico no segmento topo de gama.
Estes acordos “sublinham a urgência” do conglomerado alemão em melhorar os resultados na China, onde tem sido “eclipsado” por empresas emergentes locais, como a NIO, BYD ou Xpeng, no segmento elétrico, no qual a Volkswagen registou uma queda nas vendas no primeiro semestre, apesar do mercado ter crescido 25%, escreveu o SCMP.
No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros elétricos, mais do que em todos os outros países do mundo juntos.
A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas.
Estimativas do banco de investimento UBS, até 2030, indicam que três em cada cinco veículos novos vendidos na China vão ser movidos a eletricidade, em vez de combustíveis fósseis.
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