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Ucrânia: Os diferentes planos de paz em cima da mesa na Arábia Saudita

A Arábia Saudita vai acolher uma cimeira para procurar soluções de paz para a guerra na Ucrânia, com a participarão 30 países, mas não da Rússia, que critica a iniciativa, e da China, e com vários planos em discussão.
4 Agosto 2023, 08h10

A Arábia Saudita vai acolher uma cimeira para procurar soluções de paz para a guerra na Ucrânia, com a participarão 30 países, mas não da Rússia, que critica a iniciativa, e da China, e com vários planos em discussão.

Eis algumas perguntas e respostas sobre esta iniciativa que decorrerá este fim de semana na cidade de Jidá, e onde será discutido na sua fórmula o plano de paz do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de maneira a conseguir adaptá-lo a uma proposta viável para ambas as partes, estando em cima da mesa outros planos já apresentados, como o da China e o dos países africanos.

Porquê a escolha da Arábia Saudita?

A Arábia Saudita é um país com boas relações com a China, país que Kiev considera poder ser um ator influente junto da Rússia, podendo influenciar Moscovo na sua atitude perante uma nova solução de paz.

Contudo, a China já anunciou que não irá estar presente na reunião, insistindo na ideia de que já apresentou o seu próprio plano de paz.

Que países vão participar na reunião?

Uma trintena de países tem presença marcada, incluindo as potências ocidentais, mas também alguns países de economias emergentes, incluindo Brasil, Índia e África do Sul, com forte proximidade à Rússia.

Os Estados Unidos estarão representados pelo conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, revelando um forte empenho das autoridades norte-americanas nesta iniciativa.

O que diz o plano de paz de Zelensky?

O Presidente ucraniano apresentou, em 2022, um plano de paz com 10 pontos que Kiev considera serem indispensáveis para aceitar um entendimento com Moscovo.

O plano exige a retirada das tropas russas e a cessação das hostilidades (o ponto que tem encontrado maior resistência por parte de Moscovo, que não admite cedências ao território já anexado), a garantia da segurança nuclear e segurança energética, a implementação da Carta das Nações Unidas, justiça, a prevenção da escalada, a proteção do meio ambiente, libertação de prisioneiros e deportados, comida segura e a confirmação do fim da guerra.

O que defende o plano de paz da China?

Em fevereiro, Pequim apresentou um plano de paz, em que reafirma a sua postura sobre a invasão da Ucrânia, nomeadamente o apelo ao respeito pela soberania e ao diálogo e à recusa do uso de armas nucleares, mas não contempla a retirada russa de territórios ocupados à Ucrânia.

O plano tem 12 pontos, incluindo o abandono da “mentalidade da Guerra Fria”, o fim das hostilidades, a resolução da crise humanitária, a proteção de civis e prisioneiros de guerra, a manutenção em segurança das centrais nucleares, a facilitação da exportação de cereais e a suspensão de sanções unilaterais.

O que diz o plano dos países africanos?

Na primavera deste ano, um grupo de países africanos apresentou um plano de paz em 10 pontos que inclui, entre outras propostas, o fim das hostilidades, garantias de segurança para as partes beligerantes e o desanuviamento das tensões entre Kiev e Moscovo.

No final de uma recente cimeira Rússia/África, o Presidente russo disse que este plano “merece consideração” e prometeu continuar a discuti-lo com os países subscritores, elogiando a postura desses países, dizendo estar em sintonia com os seus propósitos de criar uma “ordem mundial multipolar mais justa, equilibrada e sustentável”.

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