A Novarium (Canadá) e o Fórum Oceano vão avançar para uma parceria com objetivo de acelerar o crescimento da economia azul em redes regionais e internacionais, sendo que um dos focos será a inteligência artificial oceânica, revelou ao Jornal Económico fonte oficial do Fórum Oceano.
Na prática, Portugal e o Canadá vão unir forças para estimular o crescimento da economia azul.
A Novarium, fundada pelo empresário e CEO da La Zone Bleue, Martin Beaulieu, é um campus de inovação dedicado à Economia Azul e tem como um dos seus objetivos criar sinergias entre empreendedores, centros de pesquisa, investidores e a indústria de Quebec (Canadá).
A isto acresce a integração numa rede internacional de inovação da economia azul, de que faz parte a Novarium, com investigadores em áreas como a oceanografia, marinha biotecnologia, engenharia naval, gestão de dados e biologia marinha.
Do outro lado, aparece o Fórum Oceano que é a entidade gestora do cluster da Economia Azul, certificado e reconhecido pelo Ministério da Economia e do Mar, e que tem entre os seus objetivos promover e valorizar a economia do mar em Portugal.
Com esta união de forças entre a Novarium e o Fórum Oceano será possível o co-desenvolvimento de atividades internacionais para a Novarium, em sinergias com projetos desenvolvidos pelo Fórum Oceano, como o Hub Azul e o Portugal Blue Digital Hub.
A parceria vai permitir ainda que as startups do Quebec e de Portugal tenham um maior acesso aos mercados norte-americano e europeu.
“Portugal é um dos líderes globais no desenvolvimento de uma poderosa estratégia nacional de economia azul. Estamos gratos por ter grandes parceiros no Canadá, com a Embaixada do Canadá em Portugal, em Lisboa, e no Québec, com a Délégation do Québec em Barcelona, que partilham a mesma visão para o desenvolvimento de um sector tão promissor. Esta parceria estratégica tem sido desenvolvida nos últimos 18 meses e estamos muito satisfeitos por finalmente iniciar a fase de execução”, sublinha o CEO da La Zone Bleu, Martin Beaulieu.
Já o secretário-geral do Fórum Oceano, Ruben Eiras, salienta que esta parceria com a Novarium é da “maior importância” para o desenvolvimento e internacionalização dos ecossistemas de inovação sediados em Portugal como a Rede Hub Azul Network e o Portugal Blue Digital Hub, com “especial foco na aplicação da inteligência artificial à Economia Azul”.
No âmbito desta parceria vai ser possível aos colaboradores da Novarium trabalharem em Lisboa, através de sinergias com as instalações da Rede Fórum Oceano-Hub Azul, e com isso prestar apoio a startups da economia azul do Quebec tendo Portugal como plataforma de lançamento europeia.
Por outro lado, a Novarium irá receber startups portuguesas que tenham necessidades específicas de Investigação e Desenvolvimento (I&D), passando a terem acesso a infraestruturas de prototipagem.
“As joint ventures com o Fórum Oceano vão ajudar fundadores e investigadores a desenvolver uma mentalidade global e poderosas estratégias internacionais de entrada no mercado”, refere a diretora executiva da Novarium, Amélio Desrochers.
A diretora executiva da Novarium considera que só se pode vencer “através de novas colaborações com ecossistemas que tenham o mesmo foco que nós” na economia azul e nas suas “soluções promissoras, com forte potencial de crescimento para o desenvolvimento de recursos marítimos e a aplicação de tecnologias em engenharia marítima e navegação inteligente”.
O presidente do Fórum Oceano, António Nogueira Leite, salienta, em declarações ao Jornal Económico, o compromisso que o Fórum Oceano assumiu em ter uma estratégia de internacionalização baseada no “estabelecimento de relações sólidas com clusters em países que, como Portugal, estão empenhados em desenvolver uma economia azul baseada na sustentabilidade, na circularidade e na digitalização”.
Para António Nogueira Leite o Canadá é sem margem para dúvidas um desses países.
“É por isso que os acordos de cooperação com organizações líderes canadianas, como a Novarium, fazem parte da materialização da nossa estratégia de internacionalização. Temos muito a aprender com o Canadá, assim como sentimos que podemos contribuir para enriquecer a estratégia canadiana e os clusters canadianos com práticas que temos vindo a implementar em Portugal”, acrescentou António Nogueira Leite.
O Hub Azul, um dos projetos promovidos pelo Fórum Oceano, estende-se a várias regiões do país, como a Região Autónoma da Madeira e Leixões.
No caso da Madeira o Hub Azul resultou de uma parceria entre o Governo Regional, a Startup Madeira, a Associação dos Portos da Região Autónoma da Madeira (APRAM), a Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia, e Inovação (ARDITI), a Sociedade de Desenvolvimento da Madeira (SDM), o Instituto de Desenvolvimento Empresarial (IDE), e o Fórum Oceano.
O Hub Azul Madeira pretende atrair em 2024, dez startups internacionais para trabalhar na economia do mar.
A ideia é que estas startups se instalem no Porto do Caniçal, durante pelo menos dois anos, desenvolvendo projetos para os mercados internacionais.
A call para as startups internacionais, no âmbito do Hub Azul Madeira, deve realizar-se no segundo semestre, e a instalação das startups no Porto do Caniçal, o trabalho entre as start-ups e as empresas/instituições âncora, e a inserção do Hub Azul Madeira na plataforma digital Hub Azul dealroom aconteçam no primeiro trimestre de 2024.
O Hub Azul é uma plataforma global de dados que inclui startups, empresas de elevado potencial de crescimento, ecossistemas e estratégias de investimento, que inclui mais de 800 startups e mais de 1.000 fundos de investimento.
A Universidade da Madeira (UMa) já se juntou também ao Hub Azul, conforme avançou o Jornal Económico/Económico Madeira, a 17 de julho. Uma das funções da UMa passará pela oferta de formação na área do mar, pela transferência de conhecimento resultantes de investigação neste sector, e com isso fomentar o crescimento de um ecossistema na economia do mar.
Em agosto foi anunciada a abertura do concurso público para o novo Hub Azul de Leixões. Estão disponíveis 4,9 milhões de euros para a sua construção. Foram dados 90 dias para as empresas interessadas apresentarem as suas candidaturas.
Este novo Hub Azul de Leixões, inclui a construção de um tanque central multiusos, com um prazo de conclusão de 365 dias, tendo como entidade adjudicante o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), enquanto líder do consórcio HUB Azul de Leixões.
O caderno de encargos prevê que a obra seja realizada na Plataforma Logística do Porto de Leixões, com prazo de finalização até ao final de 2025.
O Hub Azul Leixões para além do INESC TEC reúne outras entidades como: a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), a Câmara Municipal de Matosinhos, o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) e o Fórum Oceano.
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